Animaseg completa 40 anos de luta por políticas de saúde e segurança

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Conhecida por todos como Animaseg, a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho, foi criada em 1978, e desde então luta para que políticas de segurança sejam criadas, aprovadas e incorporadas dentro de todas as indústrias do Brasil.
Com um corpo diretivo composto por representantes de empresas do setor de segurança e proteção ao trabalho, fabricantes de EPIs e EPCs, há 40 anos vem se consolidando como uma associação que zela pelo trabalhador.
Para falar sobre as ações da Animaseg e traçar uma linha do tempo desde a sua criação, a revista CIPA entrevistou Raul Casanova Junior, diretor executivo. Confira a seguir:

Foto: Divulgação - Animaseg
Foto: Divulgação – Animaseg

Se tratando de uma associação nacional que está há 40 anos em atividades, que balanço o senhor faz sobre as conquistas e principais iniciativas da Animaseg para a indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho? (incentivos, legislação, parcerias, profissionalização etc)

No ano da criação da Animaseg, um fato muito importante que ocorreu foi a publicação das Normas Regulamentadoras relativas à Segurança e Medicina do Trabalho da CLT, através da Portaria 3.214, que regulamentou todo o setor de segurança no Brasil e mudou a realidade do trabalhador brasileiro. Destaca-se também o lançamento da revista CIPA (Caderno Informativo de Prevenção de Acidentes), que até hoje é uma das mais importantes publicações do setor.

Para mostrar o cenário da época, não podemos deixar de lado o impacto positivo que a indústria automobilística teve na década de 1960 com a implementação de vários conceitos, materiais e equipamentos de proteção, grande parte trazido pelas empresas multinacionais que traziam consigo uma mentalidade de prevenção, inexistente no Brasil. Assim, a cultura de prevenção de acidentes foi sendo incorporada aos diversos segmentos do mercado brasileiro, reduzindo o número de acidentes no trabalho.

Desde então, a Animaseg vem acompanhando e participando ativamente da evolução do setor e da indústria, sendo um canal de relacionamento com profissionais de enfermagem, médicos do trabalho, engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, psicólogos, fonoaudiólogos inspetores de risco, segurança patrimonial, cipeiros, bombeiros, gerentes, diretores, compradores, entre outros.

Em 1996, a associação propôs à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) a criação de um Comitê Técnico para tratar das questões relacionadas à área de EPI’s – equipamentos de proteção individual. A ABNT acatou a proposta, desde que a Animaseg oferecesse toda a infraestrutura para seu funcionamento. Assim, foi instituído o CB32 (Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual), que tem hoje 19 comissões de estudo para elaboração de normas de técnicas para cada tipo de EPI.

A Animaseg acompanha e participa, portanto, da evolução das Normas Técnicas brasileiras, e da mesma forma, acompanha e participa da evolução das Normas Regulamentadoras, em especial a NR.06, que rege os EPIs, sendo sua última revisão em 2002, a implementação do Sistema Inmetro na segunda metade da primeira década do milênio, e uma mudança significativa em 2009, quando passou a ser exigido ensaios laboratoriais para todos os tipos de equipamentos.

Entre tantas outras iniciativas, desde 2012, a Animaseg tem convênio com a APEX Brasil com o projeto Brazilian Safety cujo objetivo é fomentar o aumento das exportações de equipamentos de proteção individual especialmente para países da América Latina.

Outro marco importante na trajetória da entidade ocorreu em 2008, ao completar 30 anos, quando foi criada a Comenda de Segurança no Trabalho, para homenagear todos os profissionais que se destacam em prol das melhorias da sua área de atuação. O evento entrou para o calendário anual da Animaseg e do setor.

Qual o perfil das empresas associadas e quantas estão filiadas atualmente à Animaseg?

Hoje são 170 empresas associadas, que detém cerca de 80% a 85% do mercado brasileiro. Estão associadas as maiores empresas do setor, tanto nacionais, como multinacionais, mas a maioria se enquadram entre as médias e pequenas empresas.

Diante do atual cenário na economia e política do país, de que forma a indústria tem buscado alternativas para manter-se competitiva?

Basicamente, ampliando a área de atuação dentro do próprio mercado brasileiro, onde existe um grande número de trabalhadores ainda sem qualquer proteção diante dos riscos que enfrentam diariamente. Ou seja, temos ainda um mercado potencial inexplorado que abre oportunidades para a indústria nacional.

Estimamos que hoje temos 45% de trabalhadores na economia informal, 15% trabalhadores estatutários e funcionários públicos e 40% de trabalhadores na economia formal.

Assim, nossa estimativa é de que existem pelo menos 50% dos trabalhadores ainda não atendidos e, portanto, apesar de que a curto prazo somos impactados pela economia do país, há ainda um enorme espaço para crescer.

Como foram os resultados do setor em 2017 e quais são as perspectivas para 2018?

Nos anos de 2014, 2015 e 2016, o faturamento da indústria de equipamentos de proteção individual caiu em relação a 2013, 8% de 2013 para 2015 e 2% em 2016.

Em 2017, o mercado se estabilizou e já apontou para valores levemente positivos. Para 2018 nossas perspectivas são boas, já como bons sinais de recuperação e estimamos que o setor deva crescer 3%.

A indústria brasileira de material de segurança e proteção ao trabalhador é competitiva? Como o Brasil está posicionado em relação a outros países?

Entendemos que é muito competitiva, principalmente na América Latina, onde a indústria brasileira se destaca, com produtos de qualidade certificados (Ministério do Trabalho e Inmetro), a preços competitivos.

Ainda somos fornecedores de insumos para os maiores mercados de EPI que ainda são o americano e europeu.

Que aspectos o senhor destacaria da parceria com a Cipa Fiera Milano para a realização da FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção?

A FISP tem sido fundamental para levar conhecimento e novas tecnologias à indústria e aos profissionais do setor, desde sua criação e a Animaseg tem sido sua parceira e participante desde o início.

A partir de 2004 essa parceria ficou mais próxima quando houve a união da FISP com a FISST (Feira onde a Animaseg era uma das três organizadoras) e o evento passou a ser bianual. A partir desse momento a parceria se fortaleceu mais ainda, tornando a FISP/FISST a 2ª maior feira de segurança do mundo, somente superada pela A+A na Alemanha.

Que ações a Animaseg terá na FISP este ano?

Como já vem sendo feito em outras edições da FISP, organizaremos três dias de Rodadas de Negócios Internacional, ação em conjunto com o Projeto Comprador da Apex-Brasil, com a vinda de revendedores de toda a América Latina.

Nesta oportunidade e dentro do convênio com a Apex-Brasil, traremos, também, jornalistas e lideranças na área de Normatização e Certificação desses países para participarem da FISP.

Como novidade estamos avaliando, junto à Cipa Fiera Milano, a viabilidade de realizar uma Rodada Técnico-Comercial com empresas consumidoras brasileiras.

Como o senhor vê a Animaseg daqui a 10 anos?

A Animaseg tem se tornado notável por sua proatividade em todos os aspectos, técnicos e comerciais e pretendemos continuar como protagonistas daqui a 10 anos.

Hoje, nossa preocupação é a de preparar as empresas para o avanço tecnológico que já estamos enfrentando em todos os campos, com a internet das coisas e a Indústria 4.0., além de trabalhar para que todos os trabalhadores brasileiros estejam protegidos dos riscos que enfrentam diariamente em seus postos de trabalho

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