Fundacentro divulga estudo inédito sobre pescadores artesanais do Pará

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A Fundacentro acaba de lançar uma publicação sobre uma pesquisa inédita que trata das condições de segurança e saúde dos pescadores artesanais do Pará, segundo maior produtor de pescado do País, onde predomina a atividade pesqueira artesanal. O estado também reúne o maior contingente de trabalhadores envolvidos nesse segmento econômico, o que permite estender a reflexão para a realidade da categoria em âmbito nacional, apesar das diferenças e peculiaridades regionais.

Estima-se que a pesca artesanal responde por mais da metade do abastecimento do pescado no mercado interno. No entanto, diferente da pesca industrial, que utiliza grandes embarcações bem equipadas, a artesanal ainda é muito rudimentar, expondo os pescadores a diversos riscos. Para conhecer a realidade desses profissionais das águas, os pesquisadores foram a campo: visitaram colônias de pescadores, locais de pesca e colheram depoimentos dos trabalhadores.

Em entrevista ao podcast Podprevenir, a coordenadora do projeto, Laura Soares, da Fundacentro do Pará, lembra que os acidentes de trabalho mais comuns relatados pelos pescadores são as ferradas de arraias e de diversos tipos de bagre; ocorrências com instrumentos de trabalho, como anzóis e linhas, além de quedas no interior da embarcação e na água.

Laura lembra que a visão que os pescadores têm dos riscos na atividade chamou a atenção dos pesquisadores: os perigos são vistos como algo natural que faz parte da rotina de trabalho. “Pensar assim implica em não questionar as condições em que eles executam os procedimentos, portanto, é praticamente inexistente qualquer discussão sobre as medidas adequadas de prevenção e uso de EPIs, por exemplo”, explica a especialista.

A precariedade das condições da pesca artesanal causa ainda problemas de saúde, como reumatismos, lombalgias, cataratas pela exposição intensa ao sol e doenças respiratórias. Eles também são vítimas de uma prática muito comum na região: a pirataria, com roubo de embarcações, de equipamentos e até mortes, segundo relato dos pescadores.

O resultado do estudo será debatido em seminários promovidos nas comunidades de pescadores, envolvendo também pesquisadores de outras instituições. A publicação está disponível no portal da Fundacentro.

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