Quedas são a segunda causa mortes no trabalho, segundo INSS

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Da redação| Fonte: Ministério do Trabalho

As quedas de diferentes níveis de altura representaram 10,6% dos registros de acidentes do trabalho em 2017, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com os dados do órgão, das 349 mil Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) entregues naquele ano, 37.057 foram relacionadas a quedas.

Os casos chamam atenção pela gravidade. Quando contabilizados os acidentes fatais de trabalho, as quedas respondem por um percentual ainda maior, 14,49% do total. No ano passado, 161 das 1.111 mortes em ambiente de trabalho foram causadas por esse tipo de ocorrência.

Para a diretora do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, Eva Patrícia Gonçalo Pires, a prevenção desses acidentes é um tema relevante em função do grande número de óbitos. “As quedas continuam representando uma das principais causas de acidentes graves e fatais. Ocorre que a prevenção desse tipo de acidente está muito bem definida, especialmente após a entrada em vigor da NR-35, que trata do trabalho em altura”, salienta.

Os setores com mais ocorrências são construção civil, transporte de carga, comércio, hospitais e similares. Os principais agentes causadores são escadas (móveis, fixadas ou permanentes), andaimes e plataformas de edifícios ou estruturas e veículos motorizados (quedas de caçambas de caminhões, por exemplo). Das 161 mortes de 2017, 56 foram de trabalhadores que caíram de andaimes e plataformas.

Caminhoneiros

No setor de transportes, os caminhoneiros são as maiores vítimas. Os profissionais lideram os números de óbitos, foram 16; os acidentes somaram 1.782.

Segundo o auditor-fiscal do Trabalho Jeferson Seidler, assistente-técnico do Departamento de segurança e saúde no trabalho, as CATs não detalham a dinâmica dos acidentes registrados, mas considerando as análises realizadas pelo Ministério do Trabalho, as quedas mais graves entre os motoristas de caminhão ocorrem durante a manipulação da carga e na subida e descida da carroceria.

“A prevenção se dá pela manipulação da carga apenas em locais adequados, com a instalação de cabos de aço (linha de vida) ou outros pontos seguros de ancoragem para o uso adequado de cinto de segurança contra quedas. Outra medida importante é, a depender do tipo de carga, a instalação de plataformas adequadas por parte dos embarcadores”, explica o auditor.

Outras atividades

Nas demais atividades predominam as quedas em escadas, inclusive as comuns dos prédios e locais de trabalho. A prevenção nesses casos depende de dois fatores: instalação e manutenção de corrimão e fitas ou outros processos antiderrapantes e treinamento constante para o uso rotineiro do corrimão. “Em qualquer escada ou situação, quando a pessoa tem o costume de sempre descer ou subir escadas segurando no corrimão, o risco de quedas é extremamente reduzido”, explica Jeferson Seidler.

Uma das ações da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Canpat) 2018 foi a publicação do Manual Consolidado da NR-35 que traz orientações para empresas, trabalhadores e sociedade sobre os cuidados necessários para a redução dos riscos de quedas nas tarefas realizadas acima de dois metros de altura do solo

Os acidentes com quedas acontecem, na maioria das vezes, quando as normas de segurança são desrespeitadas e podem causar lesões simples, incapacitações permanentes e temporárias e, muitas vezes, a morte. Dos dez principais problemas decorrentes de quedas, cinco foram fraturas, a maioria nos membros inferiores e superiores do corpo.

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