Evento online traz especialistas para falar de desafios da NR-18
A construção civil ainda amarga o alto índice de acidentes de trabalho: de acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS), é a atividade econômica na qual morrem mais trabalhadores no Brasil, com mais de 450 óbitos a cada ano. “A participação da construção no total de acidentes fatais registrados no país passou de 10,1%, em 2006, para 16,5%, em 2013. O risco de um trabalhador da construção morrer no exercício da função é duas vezes maior do que de demais setores”, informa o MPT.
A Norma Regulamentadora 18 (NR-18), que rege essa área, traz informações, recomendações e ações mandatórias para mitigar esses riscos e, principalmente, salvar as vidas dos trabalhadores, e passou por revisão, que vigora desde janeiro de 2022.
Esse e outros desafios foram os motes do painel “NR-18: A NR da Indústria da Construção! O que preciso saber para implementá-la na sua integralidade”, durante a Semana CANPAT Construção 2024 pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com mediação de Juliana Moreira de Oliveira, Gerente de Segurança do Trabalho do Seconci-DF; e apresentações de Antônio Pereira do Nascimento, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do Projeto da Construção da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo (SRTb/SP) e Lucas Bergmann, engenheiro civil e líder de negócios do SESI-SC.
NR-18 e a integração com outras NRs
Em sua fala, Bergmann destaca que pôr em prática a NR-18 em sua integralidade não é simples, porém é possível implantá-la com gerenciamento, haja vista que, após a revisão, oferece mais liberdade à aplicação de soluções de engenharia adequadas conforme cada realidade dos planejamento de obras e nos canteiros.
Para o especialista, a NR-18 conecta-se com outras Nrs, que precisam trabalhar integradas, como a NR-1 (gerenciamento de riscos), a 35 (trabalho em altura) e a 9 (riscos ambientais). “A NR-18 não está isolada.Ela dialoga com várias outras normas e isso nos traz mais flexibilidade, mas também nos exige maior articulação técnica para garantir a segurança dos trabalhadores”, afirma.
O painel ocorreu online, em outubro, e está disponível a íntegra neste link.
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