Pesquisas revelam realidade da violência e assédio contra trabalhadores

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Dimensionamento inadequado de recursos humanos, falta de materiais para execução do trabalho, falhas na adequação e carência de compreensão em relação ao atendimento. Esses são alguns dos pontos desencadeadores de casos de violência dentro do ambiente laboral retratados por profissionais de saúde ouvidos em uma pesquisa divulgada na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).

 

Levantamento sobre a violência

 

Intitulado “Violência no trabalho de profissionais de enfermagem na Estratégia Saúde da Família”, o levantamento, feito com 26 profissionais de enfermagem de 12 Unidades de Saúde da Família de um município do interior de São Paulo, apontou que problemas organizacionais e estruturais como fonte das violências sofridas por esses trabalhadores.

“Para os profissionais, tudo converge para intensificar a insatisfação dos usuários. Como resultado, agressões verbais, tratamentos desrespeitosos e até ameaças físicas, ainda que menos frequentes, além de situações de assédio moral vertical e horizontal entre os profissionais”, informa nota da Fundacentro.

O artigo aponta como possibilidades a melhoria organizacional e da comunicação, além da escuta qualificada, implementação de tecnologias parar melhorar o fluxo de atendimentos sem sobrecarregar os trabalhadores da saúde.

 

No escritório

 

Outra pesquisa, este do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), mostrou que, em 2022, foram registrados 194 processos de violência ou assédio no trabalho, além de 44 casos relacionados à saúde mental. Já em 2023, houve um boom, com 332 processos envolvendo assédio e 63 abordando questões de saúde mental.

Para Michelle Heringer, advogada especialista em prevenção ao assédio e à discriminação no ambiente corporativo,ao site O Hoje.com, é multifatorial as razões para o aumento das denúncias: “A conscientização crescente, impulsionada por campanhas e treinamentos, tem encorajado as pessoas a refletirem e denunciarem comportamentos abusivos. Políticas internas mais claras, a criação de canais seguros e anônimos, bem como mudanças legislativas e a ampla cobertura midiática desempenham um papel significativo na quebra do silêncio”, comenta a especialista.

Foto:reprodução

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