Fundacentro divulga primeiros resultados de pesquisa sobre melhorias em SST
Fonte: Fundacentro
Integrantes da Fundacentro realizaram uma pesquisa on-line junto aos dirigentes sindicais no Brasil sobre fatores que motivam a alta administração das organizações a se envolverem ativamente com a melhoria da segurança e saúde no trabalho. A ação foi inspirada por um estudo publicado na Austrália na década passada
Segundo o coordenador da pesquisa, Rogério Galvão, tecnologista da Coordenação de Segurança no Processo de Trabalho, os dirigentes sindicais foram escolhidos como público-alvo por serem atores sociais frequentemente envolvidos em negociações relacionadas à SST.
Participaram da equipe de pesquisa os servidores Luís Fernando Salles Moraes, José Damásio de Aquino, Mauro Laruccia, Dalton Tria Cusciano e Sergio Antonio dos Santos, além do professor Alcides Barrichello, da Universidade Mackenzie.
Fatores de motivação
Embora vários estudos nessa temática tenham sido realizados em países centrais, os pesquisadores observam que ainda há um amplo campo a ser explorado no contexto nacional, cujos resultados poderiam agregar elementos para o alcance de políticas públicas mais eficientes, eficazes e efetivas.
Para Galvão, a discussão sobre os instrumentos governamentais e fatores determinantes para a melhoria dos ambientes laborais é uma pauta sempre presente na agenda das partes interessadas frente aos crescentes desafios da globalização, do desenvolvimento tecnológico, do desemprego e da precarização das relações e condições de trabalho. “A criação e atualização de normativas num mundo tão complexo passam necessariamente por conhecer minimamente as motivações dos envolvidos”, ressalta.
No questionário on-line, as perguntas foram elaboradas com base em 12 fatores principais de motivação, selecionados a partir de revisão bibliográfica. Esses fatores incluem: crenças pessoais ou religiosas para o bem-estar comum; obrigação moral para o cumprimento das leis e regulamentos pertinentes; risco de o empreendimento ser fiscalizado, multado ou interditado; risco de sofrer ação de responsabilidade civil ou criminal em caso de acidente do trabalho; redução da alíquota de contribuição obrigatória do Seguro Acidente do Trabalho (SAT); risco de sofrer ação regressiva acidentária de ressarcimento ajuizada pelo INSS; existência de políticas ou diretrizes corporativas; evitar prejuízos imediatos com acidentes (afastamentos, despesas médicas, paralisação da produção, avaria em equipamentos etc.); possibilidade de ocorrer publicidade negativa em caso de acidente; pressão ou recomendação dos trabalhadores e suas representações; recomendação ou expectativa dos acionistas; pressão de fornecedores ou clientes.
Resultados obtidos
Os resultados da pesquisa foram apresentados no “IV Congreso de la Sociedad de Análisis de Riesgo Latinoamericana SRA-LA” realizado no México de 29 a 31 de outubro desse ano.
Os resultados apontaram que os representantes sindicais analisados eram originários de 18 estados brasileiros com predominância das regiões Sudeste e Sul (82%), onde se concentra a maior parte das atividades econômicas do País. Aproximadamente 54% dos entrevistados atuam em sindicatos com até 1000 filiados, seguidos dos que atuam em sindicatos entre 1001 e 2500 filiados (21%). Com relação aos setores de atividades, mais da metade dos respondentes atuavam nos setores de atividades de serviços (25%), da administração pública (12%), da saúde humana e de serviços sociais (10%) e da indústria de transformação (8%). Cerca de 77% dos respondentes dos trabalhadores declararam já ter participado de negociações relacionadas com a SST.
A média dos fatores analisados indicou que a alta administração dos empreendimentos, segundo a percepção dos dirigentes sindicais, tem uma tendência maior a se motivar com a melhoria da SST para evitar ações de responsabilidade (risco de sofrer ação de responsabilidade civil ou criminal em caso de acidente do trabalho) ou fiscalizações (risco do empreendimento ser fiscalizado, multado ou interditado).
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Próxima etapa
Na fase atual, a pesquisa está sendo dirigida aos Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado de São Paulo contando com o apoio do SINTESP, em que dez fatores que influenciam a tomada de decisão para a melhoria da SST estão sendo avaliados.
A coleta dos dados começou a ser realizada em outubro e terminará agora em novembro, e serão analisados e publicados de forma agregada preservando o anonimato.
Na fase atual, a pesquisa está sendo dirigida aos Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado de São Paulo contando com o apoio do SINTESP, em que dez fatores que influenciam a tomada de decisão para a melhoria da SST estão sendo avaliados.
Quando essa pesquisa estará disponível para todos os estados do pais.