Crescimento de empreendimentos imobiliários acende alerta sobre segurança do trabalho

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Quem mora nas grandes cidades percebe o crescimento dos empreendimentos imobiliários. Somente em São Paulo, de acordo com a incorporadora Lello, estima-se um acréscimo de 46 mil novos apartamentos, distribuídos em 580 condomínios residenciais, até o fim de 2023.

Se por um lado, há o cenário promissor, por outro a importância em investir na proteção da mão de obra se faz permanente. E os dados assustam: 65% das quedas de altura ocorrem na construção civil, informa o Ministério do Trabalho e Emprego.

 

Empreendimentos imobiliários e a SST

 

Para Luan Carlos Martins,técnico sênior de Segurança do Trabalho do Serviço Social da Construção, o fator humano é ainda um dos principais causadores desses problemas. Descuido, ausência do uso de Equipamentos de Proteção Individual ou mesmo falhas desses EPIs são também as desencadeadoras. Ele complementa que boa parte desses acidentes acontecem com trabalhadores que estão entre três e nove metros de altura. “Eis então a importância de Campanhas como a de Queda Zero, realizada pelo Seconci-SP para a prevenção de quedas e o conhecimento das disposições da nova Norma Regulamentadora 35 – Trabalho em Altura, e seu anexo sobre escadas. ”, explica.

“Não é fácil mudar comportamentos, e os acidentes têm ocorrido em empresas de todos os portes. Cabe aos trabalhadores atentarem para sua segurança e, às empresas, investirem permanentemente em gestão da segurança, que inclui a conscientização de seu pessoal”, alerta o profissional do Seconci-SP.

 

Fatores de riscos

 

Já para o engenheiro Robinson Leme são múltiplos os fatores de risco nos canteiros de obras: “Os acidentes de trabalho provocados por quedas em altura na Indústria da Construção estão relacionados à ausência de proteções coletivas e procedimentos que visem a eliminação do perigo e até a capacitação e treinamento dos trabalhadores envolvidos na atividade”.

“É comum observarmos trabalhadores com capacitações inadequadas para o desenvolvimento de atividades com o risco de queda em altura ou até mesmo trabalhadores bem treinados, porém com recursos insuficientes para a realização desses serviços”, adverte.

Na construção civil, não basta um projeto robusto ou mesmo produtos e insumos de alta resistência, é preciso ter em mente que um contingente de trabalhadores precisam, literalmente, colocar de pé um empreendimento. E investir em capacitação, EPI e, principalmente, na prevenção, são essenciais, recomendam os especialistas.

Foto: Tânia Rego – Agência Brasil

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