Da internet à IA, tecnologia é aliada na segurança no trabalho

0

É praticamente inescapável o uso da tecnologia na produção das atividades cotidianas e, quando bem empregada, torna-se uma grande aliada à SST para sanar e mitigar acidentes e lesões nos trabalhadores. E tal importância não é para menos: dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho revelam que, entre 2016 e 2022, 15,9 mil pessoas perderam a vida em acidentes de trabalho no Brasil, aumento de 25,4%, passando de 2.265 em 2016 para 2.842 óbitos em 2022. Para minimizar esse quadro, uso de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) estão em alta.

Além da conscientização sobre o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), as tecnologias avançadas são uma das maneiras para reduzir os índices. Para Mauro de Lucca, diretor executivo da WeSafer, empresa especializada em soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA), a combinação do uso de EPIs com o videomonitoramento inteligente oferece uma camada adicional de segurança.

“Isso proporciona uma supervisão contínua na área de trabalho, capaz de monitorar pontos críticos e recorrentes, alertando de imediato sobre qualquer irregularidade, permitindo uma ação rápida e preventiva, além de identificar padrões de comportamento. Com essas análises, as empresas podem implementar medidas preventivas mais assertivas, baseadas em dados concretos, o que resulta em um ambiente mais seguro e protegido”, comenta, ao Crypto ID.

 

IA e ergonomia

 

Dentre as práticas de segurança do trabalho em que a tão falada IA está sendo empregada está a ergonomia. Uma das novidades é vem da a Kinebot, plataforma brasileira que utiliza essa tecnologia e visão computacional para automatizar a análise ergonômica por meio da cronoanálise. Ou seja, faz um o estudo de tempo e movimentação do trabalhador durante sua jornada no ambiente de trabalho, com foco nas tarefas de um processo produtivo, como o industrial, por exemplo.

A solução processa os vídeos enviados via smartphone e extrai até 30 ângulos por segundo de cada membro do corpo, mapeando o esforço e as posturas desse trabalhador. Os resultados geram metodologias ergonômicas para classificar o nível de risco e sugestões planos de ação. Depois de aplicar melhorias, outro mapeamento é feito para checar se tudo está certo.Com base em algoritmos avançados, Kinebot reduz em até 80% o tempo necessário para as análises e promete aumentar a produtividade em cinco vezes, além de diminuir em 30% o índice de afastamentos por doenças ocupacionais.

“Estamos 100% alinhados com a Norma Regulamentadora (NR-17), o que significa que todas as análises ergonômicas feitas na nossa plataforma seguem as diretrizes exigidas pela regulamentação brasileira, o que garante segurança jurídica às indústrias e ajuda a prevenir passivos trabalhistas relacionados a doenças osteomusculares”, diz Cauê Marinho, CEO da startup, que integra a Aceleradora Habitat Senai (Sistema FIEP), e já está presente em 24 países.

 

Automatizado, sem deixar de ser humano

 

Uma pesquisa feita pela consultoria Deloitte em 2024, com mais de 1,8 mil trabalhadores dos EUA, Canadá, Índia e Austrália, revelou que oito em cada dez profissionais (83%) em início de carreira já chegam ao mercado familiarizados com as ferramentas de IA, enquanto 68% dos efetivos sabem usá-la.Muito além das novidades tecnológicas, o fator humano não pode ser deixado de lado, o que envolve insights como a adaptação dessa força de trabalho para esse cenário e como o trabalhador se preparar para um mundo do trabalho em que a automação vai desempenhar um papel cada vez mais crucial.

“Em vez de temê-la, a melhor abordagem é aprender a se adaptar e aproveitar as oportunidades. É essencial entender que a automação não significa o fim do trabalho humano, mas uma mudança no tipo de trabalho. Tarefas manuais e repetitivas são, de fato, as mais propensas a serem automatizadas”, frisam Jefferson Denti, Chief Disruption Officer e líder de Dados e IA, e Roberta Yoshida, sócia de Consultoria Empresarial e líder da prática de Capital Humano, ambos da Deloitte, em artigo ao RH pra Você.

Criatividade, empatia, habilidades interpessoais, o que inclui a capacidade de acertar e de errar, estarão sempre presentes e fazem parte da natureza humana, frisam os especialistas.“Setores como os de educação, cuidados de saúde, marketing e até mesmo áreas de gestão estão na lista, onde a análise crítica e a tomada de decisões estratégicas são indispensáveis”, concluem os especialistas.

Foto: Freepik

Deixe uma Resposta

Seu comentário aguarda moderação.

Captcha Plus loading...