Dores na coluna e saúde mental encabeçam índices de afastamento do trabalho
O que muitos trabalhadores sentem na pele está se refletindo em números que causam espanto: segundo dados recentes do Ministério da Previdência Social, foram em torno de 3,5 milhões de trabalhadores receberam o benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) no Brasil em 2024. As doenças relacionadas a dores na coluna lideraram o ranking, com o afastamento de 205,1 mil beneficiários, informa reportagem do g1. Ainda no quesito coluna, a hérnia de disco ficou em segundo lugar, com 172,4 mil afastamentos, seguida por fraturas na perna, com 147,6 mil concessões.
Dores na coluna
Fazendo um recorte por estado, somente no Espírito Santo, mais de 600 mil pessoas pediram o afastamento, com 4.217 benefícios concedidos no período e por dorsalgia (problemas relacionados a dores na coluna), informa o jornal Tribuna Online.
“As causas envolvem a ergonomia, ou seja, a má postura e sobrecarga muscular, hérnias de disco, doenças degenerativas e envelhecimento da coluna, além de esforço físico excessivo, sedentarismo ou até problemas emocionais.O estresse e a ansiedade podem aumentar a tensão muscular, contribuindo para quadros de dor lombar”, destaca Jefferson Coelho de Léo, médico ortopedista e membro da Sociedade Brasileira de Coluna, ao mesmo jornal.
Saúde mental
Por falar em estresse, questões relacionadas à saúde mental também encabeçaram a pesquisa do Ministério da Previdência Social: 472,3 mil pessoas se afastaram do trabalho em 2024 devido a transtornos mentais e comportamentais e, em 2023, foram concedidos 283,3 mil benefícios pelo mesmo motivo, o que mostra um aumento de 67%, informa análise do g1.
Ansiedade e depressão são os transtornos mais relatados. Outra pesquisa, esta da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) revelou que 30% dos profissionais brasileiros sofrem de Síndrome de Burnout, impactando diretamente o bem-estar dos colaboradores e o desempenho financeiro das empresas.
“Urge a necessidade de se criar uma cultura organizacional que promova confiança, empatia e resiliência. De modo que as pessoas sintam-se seguras em seu ambiente de trabalho e em suas vidas cotidianas,priorizando o descanso e a saúde mental. As organizações precisam criar uma cultura de valorização e respeito, em que os colaboradores se sentem à vontade para compartilhar ideias, buscar apoio e colaborar sem receio de julgamentos”, salienta Carine Roos, especialista na criação de ambientes corporativos humanizados e CEO da Newa, consultoria de impacto social, ao Terra.
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