Importância de discutir o autocuidado no trabalho incentiva programas às mulheres
A mulher no mercado de trabalho se vê em um cenário cada vez mais desafiador e pujante, entre o ofício em ser multitarefas, o que traz muitas consequências, negligenciar o autocuidado é uma delas: segundo pesquisa da Todas Group e pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados com mulheres em cargos de liderança, revelou que sete em cada dez (71%) abriram mão da saúde física ou de hobbies em prol do trabalho, enquanto 52% deixou para depois a saúde mental pelas mesmas razões.
Para mães trabalhadoras, a realidade é ainda mais dura: a carga mental excessiva (50%) e pressão para provar que são tão dedicadas quanto colegas sem filhos (26%) são os principais obstáculos, aponta o estudo. “Isso descortina tanto desafios enfrentados em suas carreiras quanto as prioridades no ambiente de trabalho, desde o fortalecimento de lideranças femininas até o equilíbrio com outras áreas da vida, incluindo a maternidade”, destaca Dhafyni Mendes, cofundadora da Todas Group.
A promoção de jornadas laborais mais flexíveis, casos de preconceito e a ausência de políticas de suporte, como licença parental equilibrada e creche, bem como a carência de redes de apoio, como grupos de suporte ou mentorias às mães dentro das empresas foram as queixas mais citadas no levantamento. “Os resultados também mostram um desejo de maior inclusão dos homens nas discussões sobre desigualdade, indicando que, na visão das entrevistadas, a conscientização masculina sobre temas como carga mental e reconhecimento profissional das mulheres são fatores-chave para promoção de maior equidade nas empresas”, arremata a gestora.
Saúde mental e autocuidado
Como falado anteriormente, a saúde mental mais do que precisa ser discutida e colocada em prática nas diretrizes corporativas, não apenas como um benefício dentro da cartela, mas um direito. Para Thirza Reis, psicóloga e mentora de líderes, ao abraçarem várias tarefas, que vão desde a rotina laboral até a vida pessoal, enfrentam uma pressão especialmente quando assumem cargos de liderança, que está enraizada em uma cobrança social histórica pela perfeição em todos os aspectos da vida.
“O autocuidado não deve ser visto como algo que fazemos apenas quando sobra tempo, mas sim como uma prioridade. Quando você cuida de si mesma, você se torna capaz de cuidar dos outros de forma mais eficaz e equilibrada”, afirma, ao Terra. E arremata que para exercer a liderança de maneira mais saudável, a mulher precisa, antes de tudo, reconhecer o cuidado com a saúde mental, emocional e física.
Iniciativas
O papel das organizações para essa jornada saudável e produtiva é preponderante e o Centro de Referência e Saúde do Trabalhador (CEREST) pode ser um meio de promoção desse tema. Em Jundiaí, SP, o CEREST reuniu servidoras do serviço, para uma roda de conversa e momentos de acolhimento e de autocuidado.
“Estamos refletindo sobre o nosso poder, nossa jornada e, claro, nossa força diária. Além disso, esse momento é uma oportunidade para fortalecermos os laços dentro de nossa equipe, criando um ambiente de apoio mútuo a partir do reconhecimento da importância do cuidado com a saúde emocional e mental de todas”, enfatiza estamos refletindo sobre o nosso poder, nossa jornada e, claro, nossa força diária. Além disso, é uma oportunidade para fortalecermos os laços dentro de nossa equipe, criando um ambiente de apoio mútuo a partir do reconhecimento da importância do cuidado com a saúde emocional e mental de todas”, enfatizou Gabriela Souza Antunes, gerente do CEREST.
Já em Alagoas, Juliana Silva, Técnica em Segurança do Trabalho da Equatorial Alagoas, destaca a importância da presença feminina em áreas técnicas e predominantemente masculinas, como a segurança do trabalho. “Ser mulher na área de segurança do trabalho é um desafio, mas também uma oportunidade de transformar o ambiente ao nosso redor. Em um setor ainda predominantemente masculino, trago uma visão diferente, mais acessível na comunicação e na empatia, ajudando a construir um espaço mais acolhedor e colaborativo”, ressalta.
O Grupo conta com o Programa Escola de Eletricistas, iniciativa que visa capacitar pessoas para atuarem no setor elétrico, priorizando a inclusão de mulheres nesse mercado, representando 24% do número total de alunos formados, informa a companhia.
Foto: Prefeitura Municipal de Jundiaí, SP