Saúde de trabalhadores migrantes no RS é tema de pesquisa

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Muitas pessoas deslocam-se de suas cidades, estados e países de origem em busca, principalmente, se salvaguardar as próprias vidas e de seus entes, por conta de questões que vão desde a procura por novas oportunidades de trabalho, até situações climáticas, guerras e demais conflitos. Esses são os chamados migrantes.

De acordo com o 9º Anuário Refúgio em Números, do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), a partir de dados oficiais do governo federal, são 77.193 pessoas como refugiadas em 2023 no Brasil. E essas pessoas migrantes precisam de um trabalho digno, bem como de ações a favor da saúde e segurança no ambiente laboral.

 

Mapeamento dos migrantes

 

No Rio Grande do Sul, foi realizado um mapeamento, por meio da Secretaria Estadual da Saúde (SES) do estado, com o foco em traçar um perfil epidemiológico e produtivo desses migrantes, sendo uma ferramenta útil para profissionais de saúde, gestores e pesquisadores.

Segundo o Boletim de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora Migrante, o estado abriga 127.301 migrantes, refugiados e apátridas, representando 7,4% dos migrantes internacionais no Brasil. A maioria é originária de países como Uruguai, Venezuela e Haiti, informa a pasta.

“Espera-se, ainda, ampliar a conscientização sobre os desafios enfrentados por esses trabalhadores, promover a troca de conhecimentos entre os profissionais da área e fomentar o debate sobre a importância de se garantir ambientes de trabalho saudáveis e inclusivos”, aponta Cláudio Renato Souza, especialista em Saúde e membro da Política de Saúde da População Migrante, Refugiada, Apátrida e Vítimas do Tráfico de Pessoas da SES.

 

Acidentes de trabalho

 

Ainda nos números, o perfil dos trabalhadores migrantes com vínculo empregatício formal no estado são 22.885 pessoas, dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS, 2023), e os acidentes de trabalho aparecem como o agravo com maior número de registros: em 2021 foram 330; em 2022 foram 274; e em 2023, 253 casos, demonstrando uma redução.

“Esses acidentes aconteceram, na maioria, com a população negra masculina trabalhando na função de alimentador de linha de produção. Em segundo lugar, na função de soldador, e em terceiro, como faxineiro. Outros agravos que apresentam registros são por Lesões por Esforço Repetitivo (LER), intoxicações exógenas por agentes biológicos, violências relacionadas ao trabalho e transtornos mentais relacionados ao trabalho”, acrescenta nota.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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