Saúde do trabalhador da indústria estimula mais investimento em prevenção

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Uma pesquisa do o Radar SIT, painel de estatísticas da inspeção do trabalho no Brasil, revelou que em 2021 a indústria de transformação foi o setor com mais acidentes de trabalho no país. Essa amostra demonstra a necessidade de mais investimentos em equipamentos de proteção, treinamento e, principalmente, conscientização sobre a importância da segurança e saúde ocupacional, não apenas no setor, mas em todos.

Para tanto, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, firmou uma parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Conselho Nacional do Sesi com foco na promoção da qualidade de vida e melhores condições de trabalho à população brasileira.

O acordo de cooperação técnica engloba acompanhar a execução do acordo e assegurar o cumprimento das normas legais, resultando em relatórios e divulgação pública de resultados, bem como a garantia que “não haja compartilhamento de recursos financeiros ou patrimoniais da administração pública, considerando a ausência de chamamento público”.

“Dinheiro concentrado nas mãos de poucos gera desigualdade, desemprego e exclusão. Quando é distribuído de forma justa, promovemos o desenvolvimento equilibrado da sociedade. Valorizar o trabalhador e distribuir renda não são apenas questões sociais, mas fundamentos do crescimento econômico sustentável”, declarou o presidente da República, Lula, durante a assinatura do acordo, em novembro último.

 

Antecipando riscos com a saúde, praticando o autocuidado

 

Dados do sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que, em 2023, foram registrados quase 500 mil acidentes de trabalho, resultando em 2.888 casos fatais. Ações por parte de entidades do setor são essenciais, com foco na prevenção. O sistema Sesi conta com ações educativas voltadas à SST, preparando os profissionais para atuar com responsabilidade e, principalmente, com o autocuidado.

Em Goiás, o Sesi realiza avaliações e levantamentos para contribuir na adaptação e construção de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis, ajudando a combater problemas de saúde físicos e emocionais. “Prevenir é essencial e nossa equipe de engenheiros faz um trabalho bastante minucioso, para chegarmos ao critério máximo de eficiência e precisão em reconhecer o que pode ou não adoecer aquele time, aquela equipe de trabalho”, destaca Bruno Godinho, diretor de SST do Sesi, ao site Dia Online.

“É preciso mais investimentos em EPIs e EPCs para a redução de acidentes. E não improvisar, ou seja, colocar um colaborador em áreas específicas, ou nas manutenções preventivas, corretivas e preditivas das máquinas sem um preparo”, endossa Roberto Mitsuhiro, engenheiro metalúrgico especializado em engenharia de campo de qualidade, em entrevista ao site Revista Manutenção.

 

Tendências

 

A tecnologia está presente no cotidiano das pessoas e na indústria o cenário não é diferente, em especial quando pensamos na chamada Indústria 4.0. Para Marissa de Andrade, especialista em Desenvolvimento Ocupacional em SST, a nova atualização da Norma Regulamentadora 1 (NR-1) é uma das grandes tendências para 2025 e que os profissionais precisam se atentar:

“A NR-1 traz a gestão dos riscos psicossociais e os profissionais de SST terão um papel crucial neste novo cenário. Outro ponto são os treinamentos: a ordem agora é pensar além da norma e apostar em práticas dinâmicas. E Inteligência Artificial (IA) está transformando o setor. Usada de forma inteligente, auxilia na criação de conteúdo, artigos, treinamentos e apresentações”, aponta.

Já Bernard Marr, futurista, consultor estratégico e autor de “Future Skills: The 20 Skills and Competencies Everyone Needs to Succeed in a Digital World” (Habilidades futuras: 20 habilidades e competências de que todos precisam para serem bem-sucedidos no mundo digital, em tradução livre), comenta que além da IA generativa, a hiperautomação é outra tendência a ter destaque em 2025.

Em artigo publicado no IT Fórum, Marr comenta que as empresas serão cada vez mais conectadas por algoritmos inteligentes de análise em tempo real, permitindo decisões ágeis e automação de processos em diversos setores, do atendimento ao cliente a operações logísticas. “Além desse trabalho de ‘conhecimento’ ou tomada de decisões, uma quantidade crescente do trabalho real, desde a comunicação com clientes até a coleta e empacotamento de pedidos e realização de entregas, também será cada vez mais automatizada”, frisa.

Foto: reprodução

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