Saúde e direitos dos trabalhadores por aplicativos é tema de estudo
O Brasil conta com mais de um milhão de pessoas que trabalham por aplicativos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para entender como anda a saúde física e mental, bem como os direitos dessas pessoas que atuam nas mais diversas funções utilizando-se dessas plataformas, as pesquisadoras Letícia Masson, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fiocruz; e Cirlene Christo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram selecionadas pelo Edital de Pesquisa 2021 da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) para a elaboração de um robusto levantamento sobre o tema.
Intitulado ‘Saúde e Direitos dos Trabalhadores em Tempos de Plataformas Digitais’, o estudo tem como foco a formulação de políticas públicas para a promoção da saúde desses profissionais, a partir do diálogo entre trabalhadores e área acadêmica, com uma equipe interdisciplinar e interinstitucional, visando a produção de novos conhecimentos e ações que garantam saúde e direitos a esse público.
Pesquisa sobre aplicativos em andamento
Segundo as pesquisadoras, o levantamento está na fase de preparação de materiais de divulgação científica para aumentar e ampliar o debate e será uma maneira de potencializar o alcance das discussões a mais profissionais e, consequentemente, à sociedade em geral. “A plataformização do trabalho é uma realidade não só a entregadores e motoristas, mas para uma grande gama de atividades, como o trabalho doméstico ou o trabalho médico. Contudo, não há hoje a garantia de direitos trabalhistas às pessoas que trabalham por plataformas digitais, o que deixa milhares de pessoas à margem do sistema de proteção trabalhista”, analisa Letícia Masson, em entrevista à Agência Fiocruz.
Para ela, aprofundar-se sobre como essas novas formas de emprego impactam a saúde implica abordar no debate social sobre como lidar com o futuro do trabalho. “A produção de materiais multimídia para divulgação das discussões realizadas tem um papel promissor na ampliação do debate sobre a temática e como forma de popularização da ciência”, conclui.
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