Abrava informa que 95% das instalações comerciais ignoram NRs 10 e 12
Segundo a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), em torno de 70% dos edifícios das grandes indústrias também estão com sistemas funcionando de forma inadequada no que concerne ao atendimentos das Normas Regulamentadoras NR-10 (segurança e saúde dos serviços em eletricidade) e NR-12 (Segurança do Trabalho em Máquinas e Equipamentos).
Às vésperas da entrada em vigor das normas regulamentadoras 10 e 12, em 3 de janeiro de 2022, a maioria esmagadora (95%) das instalações de HVAC-R nos segmentos comerciais – incluindo shopping centers, estabelecimentos corporativos e hospitalares – não atende, neste momento, às determinações dessas legislações.
O alerta é do Comitê de Normas Regulatórias da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
“Infelizmente, o nosso setor ainda é renitente ao estudo e à conscientização sobre NRs e, no caso dessas duas citadas, o impacto é grande e o tempo é muito curto para as devidas adaptações”, lamenta o engenheiro Paulo Reis, da VL Indústria e gestor do Comitê de Normas Regulatórias da entidade.
Diretrizes de segurança técnica
Segundo o especialista, também chama a atenção o fato de vistorias técnicas já realizadas em 2021 revelarem que 70% dos edifícios das grandes indústrias estejam com seus sistemas de refrigeração e climatização funcionando inadequadamente, sem obedecer às NRs 10 e 12.
“Este vácuo e a necessidade de adaptação às NRs levarão o mercado de retrofit e de adequação dos sistemas de HVAC-R a um sensível aumento de demanda nos próximos tempos. Afinal, sabe-se que qualquer vistoria poderá gerar de multas pecuniárias de alto valor até a interdição total de um edifício, seja ele corporativo ou industrial”, adverte.
Segundo Reis, as normas regulamentaras propiciam a elaboração de projetos claros, eficientes e, acima de tudo, uma instalação para o HVAC-R nos quesitos elétricos e de automação, um grau elevado de segurança e desempenho tanto para a instalação como para todos os profissionais que irão operar e manter os sistemas.
Da mesma forma, norteiam e orientam todos os projetos de engenharia nas diretrizes de segurança técnica como um todo, bem como a saúde ocupacional dos trabalhadores.
“Para as questões de segurança, as novas NRs trazem dois quesitos importantes – a melhora da segurança do trabalho, desde a etapa de projeto até a entrada em operação dos sistemas. As empresas executoras de instalações que atenderem às orientações e diretrizes das normas regulamentadoras evitarão a chamada ‘indústria do adicional’, seja de insalubridade ou de periculosidade por eletricidade ou gases combustíveis e inflamáveis”, explica.
O engenheiro enfatiza que ainda falta maior clareza sobre o limite do campo de atuação das NRs, embora tenham melhorado muito em qualidade e finalidade nos últimos cinco anos.
“A melhora de uma norma depende diretamente dos profissionais, em cada uma de suas áreas de atuação, devendo ter, acima de tudo, uma consciência sobre segurança e saúde do trabalhar”, afirma.