Seconci-SP defende implementação do Programa de Saúde da Construção

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Evento também abordou situação do desemprego no setor e da segurança do trabalho

A importância de se implementar e não apenas redigir um PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) na construção civil foi destacada pelo gerente de Saúde e Segurança do Trabalho do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Douglas de Freitas Queiroz, no Seminário Segurança e Saúde na Indústria da Construção, que lotou o auditório da entidade, em 29 de maio.

Segundo o profissional, à medida que as empresas investem nessa área, o clima no ambiente de trabalho tende a melhorar. “Não adianta ter o PCMSO escrito, mas não implantado. É preciso fazer o diagnóstico precoce dos possíveis problemas de saúde relacionados ao trabalho, além de levantar os casos de doenças que acometem a população que atua na obra. Um trabalhador com pressão alta, por exemplo, deve ter acompanhamento médico, mesmo que a enfermidade não seja oriunda do ambiente de trabalho. Obedecer a essa regra é fundamental para evitar um contingente de pessoas afastadas”, argumentou Queiroz.

O desenvolvimento de programas de prevenção à saúde com enfoque no estímulo à atividade física, alimentação saudável, doenças sexualmente transmissíveis, hipertensão, diabetes e obesidade também faz a diferença. “É preciso acompanhar se os trabalhadores estão fazendo o tratamento correto e evitar o agravamento da doença. Outro ponto de atenção é com relação às vacinas, que devem estar no radar das empresas como as de tétano e a gripe, a fim de diminuir o índice de absenteísmo”, alertou o gerente.

As condições de trabalho podem ser um fator influenciador na saúde do trabalhador, mas muitas vezes não são a causa central, como ocorre com o diabetes ou infarto do miocárdio. Não há uma ligação direta entre a atuação no canteiro de obras e o surgimento dessas doenças, porém monitorar a saúde individual de cada trabalhador é responsabilidade da empresa. Isso garante a manutenção de um ambiente saudável e evita casos de aposentadoria precoce.

Outro alerta dado foi em relação ao eSocial, plataforma digital do governo que obriga as empresas a registrarem informações previdenciárias, trabalhistas e tributárias nas datas em que ocorrem.

Desemprego preocupa – A preocupação da construção com o aumento do desemprego no setor foi manifestada por Haruo Ishikawa, vice-presidente do Seconci-SP, na abertura do seminário. Ele alertou que a crise já havia gerado um saldo negativo de 327 mil empregos nos 12 meses até abril passado. “Se nada for feito pelo governo para reverter esse quadro, teremos mais 300 mil postos de trabalho fechados em 2015”, afirmou.

Representando o presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Construção), do qual também é vice-presidente, Ishikawa disse esperar que a revisão da NR-18, a norma de saúde e segurança na construção, seja concluída até o segundo semestre. E recomendou a leitura da Portaria 597 do Ministério do Trabalho, com a respectiva Nota Técnica, que versa sobre os elevadores de obras.

Também o presidente do Sintesp (Sindicato dos Técnicos de Segurança), Marco Antonio Ribeiro, manifestou preocupação com as demissões, informando que elas estão atingindo técnicos de segurança. “As construtoras não podem permitir que a crise provoque mais acidentes e mortes”, disse.

Já o presidente da Alec (Associação de Locadoras de Equipamentos), Fernando Forjaz, afirmou que as construtoras precisam valorizar equipamentos que tragam segurança, boa manutenção e qualidade. E o diretor de Certificação e Desenvolvimento Humano da Sobratema, Wilson de Mello, demonstrou confiança na retomada do crescimento econômico.

Realizado pelo Instituto Trabalho e Vida, o seminário contou com o apoio institucional do Seconci-SP.

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