Bem-estar no ambiente de trabalho é fator determinante para a escolha do trabalhador

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Por Caroline Florence

 

O termo bem-estar vem ganhando espaço e cada vez mais importância tanto no cotidiano das pessoas quanto no das empresas, que passaram a se preocupar mais com esse aspecto do ambiente corporativo. Por ser algo particular e ligado à subjetividade de cada um, o desafio da área de desenvolvimento humano com relação a esse tema junto aos colaboradores é enorme e extremamente desafiador.

Antes restrita à vida pessoal, a busca pelo bem-estar tomou conta também do profissional quando os limites entre esses dois mundos ficaram mais tênues, principalmente com a chegada do home office, tendência que veio para ficar no pós-pandemia

Se antes ainda havia alguma diferenciação entre as rotinas pessoal e de trabalho, ela deixou de existir quando o escritório foi montado dentro das casas dos profissionais. À distância, o desafio da área de RH e de gestão de pessoas para  reduzir o turnover, gerar engajamento e fortalecer o sentimento de orgulho em pertencer nos colaboradores, fez com que novas pautas entrassem na agenda como o investimento no pacote extra salário, e a preocupação com o bem-estar físico e mental de todo o time.

É importante também levar em consideração os anseios das diferentes gerações que estão presentes hoje nas empresas. Trabalhando todas juntas e misturadas de forma remota, presencial ou híbrida, fica ainda mais complexo conseguir agradá-las. Um levantamento realizado pelo Indeed revela que as preferências no momento de buscar uma vaga de emprego, ou escolher entre uma e outra proposta, acabam tendo critérios diferentes entre as gerações de profissionais.

Ambientes descontraídos são uma preferência para 48% da geração Z, ficando à frente de salários maiores, que somam 33%. Já para os millennials, 47% preferem garantir uma remuneração fixa maior e 34% levam em conta a descontração no ambiente de trabalho. Considerando todos os entrevistados, questionados sobre o dia a dia corporativo, 41% priorizam ambientes descontraídos e saudáveis, mais do que o dobro da média de 2021, que ficou em 19%.

Ou seja, na balança da saúde mental, conciliar vida profissional e pessoal em ambientes que estimulem e valorizem as interações pessoais, passou a ser um fator determinante para a escolha por um ou outro empregador.

Embora seja possível proporcionar bem-estar aos colaboradores, entende-se, por outro lado, que  não existe uma receita que entregue o mesmo resultado para todos. Aspectos como o segmento de atuação da empresa, perfil dos profissionais contratados, região em que moram, composição familiar e preferências pessoais podem determinar o sucesso ou o fracasso de um programa.

 

Melhorias sistêmicas

 

Entre as ações que as empresas podem desenvolver, estão melhorias no pacote de benefícios, fortalecimento da cultura organizacional, fortalecimento das boas práticas prevencionistas, investimento em comunicação clara e direta com os colaboradores e adoção de políticas de transparência.

Essas iniciativas são grandes diferenciais para estabelecer e manter vínculos de proximidade e engajamento entre as equipes, fazendo com que os valores da empresa sejam assimilados e praticados

Para fomentar uma melhoria sistêmica, todas essas ações precisam estar conectadas a um ambiente saudável, colaborativo, pautado pelo diálogo, gestão horizontal, feedback construtivo, entre outras práticas. É necessário que cada empresa encontre o que realmente faz a diferença para o seu cliente interno e, mais importante, o colaborador. E acima de tudo, pratique, sistematicamente, o que diz fazer.

Para medir os resultados dessas ações, as pesquisas de clima e engajamento interno são fundamentais. Os dados coletados podem ser usados na tomada de decisão da área de desenvolvimento humano, para que a equipe pense cada vez mais de forma estratégica e esteja alinhada às expectativas dos colaboradores.

Nesse sentido, a análise de evidências funciona como um termômetro para avaliar os programas e atividades do momento, verificando o que pode ser descartado, o que precisa de melhorias ou mesmo ser apresentado como ideia para desenvolvimento futuro de novos programas e ações.

Ouvir as pessoas, analisar informações e tomar decisões bem embasadas são o melhor caminho para garantir a satisfação plena no ambiente de trabalho. Claro que nem sempre será possível agradar a todos com o mesmo nível de satisfação, mas conhecendo bem o perfil dos colaboradores, suas preferências e levando em consideração as tendências do mercado de trabalho, as chances de sucesso aumentam consideravelmente.

 

Carolina Florence

Diretora de Desenvolvimento Humano, Gestão Organizacional e Comunicação da i4pro.

 

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