Cobrasemt 2024: Especialistas defendem o uso do HAZOP para evitar acidentes na indústria

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“Ferramentas de riscos de processo Hazop e outras para melhoria contínua” foi um dos temas do último dia do 25º Cobrasemt (Congresso Brasileiro de Segurança e Medicina no Trabalho), realizado entre os dias 22 e 24 de outubro, durante a 24ª FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção. O objetivo foi conscientizar profissionais do setor e gestores de empresas sobre a importância de entender e saber utilizar ferramentas de gestão de riscos operacionais na indústria, sobretudo naquelas que executam atividades de alto risco.

“Muitas empresas lidam com o risco de transbordo de tanques, vazamentos e explosões. É preciso conhecer todos esses riscos porque a norma exige para usar Hazop [sigla em inglês para Estudo de Perigos e Operabilidade] nesses casos. Quando não fazemos o mapeamento adequado, acontecem esses acidentes que sempre vemos nas notícias”, destacou Marcelo de Paula, diretor da Apaest (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho).

 

Metodologia Hazop

 

O Hazop é uma metodologia qualitativa para identificar os riscos ligados ao processo. A ferramenta Hazop considera eventos que podem afetar pessoas, equipamentos, ambiente e demais elementos de uma companhia.

De Paula acrescentou que os engenheiros de segurança do trabalho devem interagir com técnicos em segurança do trabalho, área de manutenção e profissionais dentro da indústria para conseguir entender todos os aspectos da operação para conseguir elaborar o mapeamento adequado. “O foco é proteger recursos materiais e, fundamentalmente, proteger o trabalhador.”

Edson Campinho, diretor da Apaest e técnico de segurança da Petrobras, afirmou que as empresas que não investem na gestão de risco e melhoria contínua estão “fadadas ao fracasso”. Ele salientou a importância de escolher metodologias e técnicas que sejam eficientes e, principalmente, que todos os envolvidos consigam entender.

“Interpretar informações que podem desencadear eventos, como explosões que podem afetar toda a comunidade, é o dia a dia do nosso trabalho. Por isso, você precisa ter acesso às informações tão facilmente quanto você respira. Existem muitas ferramentas, mas tenha certeza que todos entendam os dados com eficiência”, reforçou.

Realizado em paralelo à 24ª Fisp – Feira Internacional de Segurança e Proteção e à 15ª Fire Show –  International Fire Fair, o 25º Cobrasemt levou conhecimento para diversas áreas da gestão de segurança e saúde ocupacional. O evento foi realizado no São Paulo Expo entre os dias 22 e 24 de outubro.

 

Fogo sob controle: tecnologias para proteção contra incêndios

 

O mercado está com inovações que elevam a proteção e a atuação em resgates a um novo patamar. A METROMINAS, por exemplo, apresentou na Fire Show 2024 o Safety Suite da Honeywell, um sistema de monitoramento em tempo real que opera como um guardião digital em setores desafiadores como petróleo e gás e mineração. Com essa tecnologia avançada, as empresas podem identificar padrões de risco e analisar incidentes de segurança com relatórios detalhados.

Outro destaque é o sistema da BrandSchutz, que monitora dispositivos de segurança, como detectores de fumaça e sistemas de bombeamento, tudo em tempo real. Essa solução garante respostas rápidas a incidentes, coordena evacuações e mantém comunicação direta com equipes de emergência, promovendo a máxima proteção em situações críticas. A integração de tecnologia com segurança é fundamental para ambientes mais seguros e eficientes.

Além disso, a BrandSchutz  defende e introduz o uso de realidade virtual para treinamentos em emergências, permitindo que os usuários pratiquem procedimentos de evacuação e combate ao fogo em cenários realistas, com feedback em tempo real. Oferecendo soluções em nuvem, a empresa traz ainda para monitoramento de sistemas de alarme e incêndio, a gestão centralizada e acessível de qualquer lugar, garantindo conformidade com as normas de segurança.

Com essas inovações, a segurança no combate a incêndios se torna não apenas mais eficaz, mas também mais acessível, garantindo que todos possam trabalhar e viver em ambientes protegidos e seguros.

 

Sustentabilidade é um dos temas do Congresso ABNT CB-32

 

A inovação alinhada à sustentabilidade foi um dos temas do último dia do Congresso ABNT CB-32. Lívio Giosa, coordenador-geral do Instituto ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil) de Responsabilidade Socioambiental, abriu a palestra mencionando o documentário “Uma verdade inconveniente” (2006), que aborda as mudanças climáticas sob a visão de Al Gore.

“Quem assiste ao filme assusta porque tudo o que estava previsto para acontecer entre 2045 e 2050 está acontecendo agora. Por isso, a sustentabilidade tem que ser pauta na política, nas empresas e nas nossas casas. Precisamos tomar uma atitude agora”, afirmou.

Segundo Giosa, a sociedade está em um momento de virada da economia capitalista para economia verde, e do mundo voltado à economia para a economia de baixo carbono. “Esta nova realidade requer uma série de fatores, como novas informações, novos conhecimentos e novas ofertas de trabalho. Isso é irreversível, então você precisa entender como isso está afetando a sua empresa”, disse.

O palestrante mencionou o avanço da agenda ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) nas empresas como uma maneira de colaborar com a sustentabilidade e a longevidade dos negócios. Nesse sentido, a mudança de atitude e comportamento, além do plantio de árvores, devem ser ações prioritárias.

Defendendo que cada indivíduo pode fazer algo inovador pela sustentabilidade, Giosa lembrou do caso do Quênia, que decretou, em 2023, um feriado para que cada habitante pudesse plantar pelo menos uma árvore. A meta  é que 15 bilhões de mudas sejam plantadas no país em 10 anos.

O Congresso ABNT CB-32 foi realizado entre os dias 22 e 24 de outubro durante a 24ª Fisp – Feira Internacional de Segurança, no São Paulo Expo.

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