Conferência livre fortalece debate sobre Saúde e Trabalho no Campo, Floresta e Águas
Melhores condições de trabalho, proteção de direitos, mais acesso à a saúde são de extrema importância, em especial com quem atua em fazendas, plantações e demais atividades rurais. Essas e outras pautas foram destaque na 1ª Conferência Livre Nacional de Trabalho e Educação na Saúde do Campo, Floresta e Águas, ocorrida recentemente em formato remoto por movimentos populares do Grupo da Terra, em parceria com o Conselho Nacional de Saúde e o Ministério da Saúde.
O eixo central foi “Por um SUS com e para o povo: Trabalho e Educação na Saúde do Campo, Floresta e Águas”, frisa Alexsandro Melo, sanitarista e especialista pelo Programa de Residência em Saúde das Populações do Campo: “Esse evento dá ênfase à ampliação e ao fortalecimento desse debate dentro do Ministério da Saúde e fora dele, a partir do diálogo e do estabelecimento de articulação com os movimentos sociais populares”, comenta o especialista, ao Brasil de Fato.
Trabalho digno no campo
Uma das palestras do evento tratou a importância do trabalho digno às pessoas que atuam no campo e nas florestas, na proteção das águas e no acesso e alimentação. Para o professor Itamar Lages, enfermeiro, sanitarista, professor e diretor-executivo do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes),a saúde também perpassa pela equidade, em especial ao acesso holístico do Sistema Único de Saúde (SUS), o que inclui a proteção de direitos desses profissionais.
“Temos a utopia que o futuro seja vislumbrado na equidade, a todas as pessoas trabalhadoras que estejam nos mais diversos meios e segmentos. Todavia, o que temos concretamente é a atuação, utilizando-se de instrumentos possíveis para reverter ou mesmo diminuir as desigualdades sociais”, endossou em sua fala no evento.
Edjane Rodrigues, secretária de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), também destaca que o evento abarca as reivindicações dos profissionais do SUS, uma ponte pertinente aos trabalhadores do campo: “É urgente repensar o modelo de saúde e proteção dos territórios, de modo que leve em consideração suas especificidades. Pautar um SUS equânime é pensar também nas trabalhadoras e trabalhadores”, frisa.
A conferência faz parte dos movimentos para a 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (4ª CNGTES), prevista para dezembro, e a íntegra pode ser acessada neste link
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