Entre os efeitos graves da pandemia do novo coronavírus está uma piora na saúde mental da população global. No Brasil, pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, mostra que 53% dos brasileiros notaram um agravamento dessas condições entre abril de 2020 e abril de 2021.
A conscientização e o tratamento de transtornos mentais, que acometem cerca de 12% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde, estão no centro das campanhas do Setembro Amarelo. O mês é destinado à prevenção dos suicídios, que vitimam cerca de 800 mil pessoas anualmente no mundo.
Hoje, os brasileiros são o povo mais ansioso do mundo, de acordo com a OMS. “O estresse é um dos fatores que podem desencadear uma crise, por isso é preocupante que a rotina de home office e a pressão por produtividade estejam tão presentes no cotidiano brasileiro hoje”, afirma Dyene Galantini, diretora global de marketing da IHS Markit.
Diagnosticada já 14 anos com transtorno bipolar, ela usa a própria história para propor o debate sobre saúde mental por meio do projeto Vencendo a Mente, que inclui palestras e uma plataforma online de informações sobre o tema.
Estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) mostra que a bipolaridade pode aumentar em até 23 vezes o risco de suicídio. “A bipolaridade tem a fase de depressão e a de euforia, quando temos uma energia inesgotável. Sempre gostei muito de trabalhar, e para mim a mania se manifesta em uma dedicação sobrenatural ao trabalho. Isso já me levou ao burnout e abriu caminho para a depressão que me levou a um hospital psiquiátrico”, conta.
“Hoje, sei que não me sobrecarregar é literalmente uma questão de vida ou morte. Presto muita atenção para não ultrapassar meus limites e faço o mesmo com minha equipe. As lideranças precisam entender o papel que desempenham na saúde de seus funcionários.”
Para apoiar a luta contra o suicídio, ela decidiu disponibilizar durante todo o mês o download gratuito de seu e-book “Vencendo a Mente – como uma executiva de sucesso superou o transtorno bipolar”.
A autobiografia, disponível em e-book e cópia física, é o desdobramento de um diário terapêutico escrito quando Dyene estava internada em hospital psiquiátrico. A obra traz um relato honesto e sensível sobre a descoberta, tratamento e superação do transtorno bipolar.
Como contrapartida, a autora pede que seja feita uma doação de qualquer valor ao Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem ações gratuitas de prevenção ao suicídio. “O CVV desempenha um papel muito importante no acolhimento e na prevenção ao suicídio no país, diz Dyene.
