Dia Mundial da LER/DORT alerta que melhoria das condições organizacionais pode evitar lesões nos trabalhadores
O Dia Mundial de Combate à Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) é lembrado em 28 de fevereiro, data que em 2000 foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientização da sociedade e, em especial, das organizações sobre os riscos desse problema ocupacional e promover medidas de prevenção e tratamento a essas lesões que atingem principalmente os membros superiores (pescoço, cintura escapular, mãos).
Segundo dados do Ministério da Saúde, essas doenças são as que mais afetam o trabalhador e entre os anos 2007 e 2021, registraram-se mais de 100 mil diagnósticos no Brasil e as mulheres, entre 40 a 49 anos, com nível médio de escolaridade e do setor industrial foram as mais sofrem com esses problemas.
“Mesmo com uma melhoria do mobiliário, nos equipamentos técnicos e ambiente de trabalho, as condições organizacionais seguem fundamentadas em demandas elevadas de trabalho, com pausas reduzidas e pouca margem de ação aos trabalhadores operarem estratégias de regulação do esforço físico e mental. Neste cenário emergem os danos à saúde decorrentes pelas LER/DORT”, alerta Thais Helena Barreira, ergonomista e pesquisadora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), em texto publicado pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
Evitando lesões
Para Rodrigo Luiz Carregaro, professor de Fisioterapia no campus Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília (FCE/UnB), uma das LER/DORT mais desafiadoras é a dor lombar. Ele destaca que as estimativas mais atualizadas demonstram que em 2020 aproximadamente 619 milhões de pessoas com dor lombar em todo o mundo. “Infelizmente, 60% das pessoas tiveram (ou terão) um quadro de tal dor em algum momento da vida, ou seja, é considerada uma das doenças crônicas mais incapacitantes. É evidente, portanto, que a dor lombar gera uma carga econômica considerável, tanto para o SUS quanto para a sociedade brasileira”, aponta o docente.
A ação multiprofissional e multidimensional com foco na educação em saúde e compreensão dos fatores de risco são pontos essenciais para mitigar tais problemas, recomendam os especialistas. Práticas de reabilitação, apoio de equipes de atenção primária e parcerias com centros de monitoramento e vigilância ocupacional são outros meios para que os trabalhadores e os ambientes laborais proporcionem a saúde da melhor maneira possível.
Uma das iniciativas feitas dentro das empresas vem do Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC), que por meio de sua Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) conta com materiais informativos e ações preventivas, como o portal Ergonomize-se, com dicas aos servidores e magistrados para auxiliar na adequação ergonômica do posto de trabalho, inclusive a quem atua no teletrabalho (home office).
“Na página também é possível solicitar acessórios ergonômicos. Também os servidores da Seção de Ergonomia – DSO/DSQV estão à disposição para auxiliar e temos ainda o Programa de Atendimento Ergonômico online, voltado aos colaboradores que necessitem de um atendimento individualizado, feito por videoconferência”, enfatiza Vanessa ZomerFenili, chefe da Seção de Ergonomia, da Divisão de Saúde Ocupacional (DSO) da DSQV.
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