Festas de fim de ano: especialistas dão dicas para não haver problemas em SST

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Quitar as últimas pendências e ainda fazer o planejamentodo próximo ano antes do recesso é um assunto instigante e presente na maioria das empresas, e, consequentemente, pode dar brecha ao estresse ou mesmo acidentes de trabalho. Além dos preparativos para as festas de fim de ano, as dúvidas e preocupações são inúmeras, especialmente sobre as pausas e cuidados ter para que a Saúde e Segurança do Trabalho (SST) não sejam afetadas.

 

Festas de fim de ano

 

Especialistas dão dicas para lidar com esse período sem prejuízos, acompanhe:

Recesso

Por conta do baixo movimento nas semanas entre Natal e Ano Novo, muitas organizações, em especial as indústrias, instituem as férias coletivas. Gabriela Lima, sócia na área trabalhista do TozziniFreire Advogados, afirma que a folga não se restringe às datas e pode ser dada em outros períodos, desde que os empregadores sigam os procedimentos previstos em lei. “Podem ser concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores, podendo podem ocorrer em até dois períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a dez dias corridos”, explica ao portalForbes.

No caso de folgas individuais, diferentemente das férias de um funcionário ou recesso dos colaboradores, é preciso ser acertada e acordada com o empregador, arremata a advogada. O empregador também decidirá quando ocorrer o período de férias coletivas e é mandatório comunicar os funcionários com antecedência mínima de 15 dias, bem como sindicato representante da categoria e órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego.

Ressalta-se que não é permitido descontar os dias de recesso das férias. “Elas seguem um curso distinto do recesso, por isso, não deve haver compensação entre férias e recesso. Contudo, há possiblidade de ser estabelecido acordo entre empregado e empregador sobre a utilização do banco de horas para usufruir do recesso. Porém, se não houver esse acordo sobre o banco de horas, o empregador não poderá exigir a compensação”, analisa Cíntia Fernandes, sócia do escritório Mauro Menezes & Advogados, ao g1.

Comemorações

A época é também marcada pelas festas corporativas, em que todos os departamentos se reúnem para celebrar conquistas. Isso não significa dar espaço aos exageros, situações constrangedoras e se faz necessário assegurar a saúde física e mental, já que condutas impróprias, como o assédio em todos os níveis hierárquicos, são passíveis de punição.

Vicente Beraldi Freitas, médico e consultor em saúde da Moema Assessoria em Medicina e Segurança do Trabalho, lembra que a famosa “festa da firma” é um evento de trabalho. “É comum que as pessoas extravasem e conforme nos aproximamos do fim do ano, refletimos sobre as realizações anuais e estabelecemos novas metas, é natural que surjam sentimentos conflitantes. Enquanto uns encontram satisfação, outros podem sentir-se insatisfeitos. Em alguns casos,ainda com a mistura desses sentimentose álcool,pode levar a ações impensadas”, comenta, ao RH e Você.

Para tornar esse evento uma oportunidade agradável, os especialistas recomendam a interação com todos os presentes, em especial entrecolaboradores de áreas de pouco contato no decorrer do ano. “Éa ocasião em que a empresa agradece seus colaboradores, estreita a parceria, comemora as conquistas e conclui mais um ano de trabalho, além de propiciar um encontro descontraído. Também são grandes canais de relacionamentos, no qual há uma aproximação entre todos”, arremata Celso Bazzola, consultor em recursos humanos e diretor executivo da BAZZ Estratégia e Operação de RH, também ao site.

Descanso

Além das festas corporativas, enfrenta-se uma maratona de comemorações pessoais, passeios, viagens ou apenas uma estada mais prolongada em casa. Na outra ponta,em algumas profissões a interrupção acontece apenas no dia 25 e 31 de dezembro, por exemplo, e nos outros dias, a rotina laboral prossegue.

Em tempos de exigências por produtividade, a pausa muitas vezes é vista como uma problemática. Laís Guizelini, psicóloga e analista de programas e projetos de saúde mental, ao site Nova Escola, explica que o descanso é um direito fundamental do trabalhador. “Operamos dentro de uma lógica massacrante na qual o bom trabalhador é sempre o que precisa fazer mais do que suas atribuições, ser mais produtivo, e quando não suporta todo esse excesso de cobrança e adoece, é levado a crer que o problema está nele, que tem um defeito, uma incapacidade. Precisamos estar atentos a essas questões para que nossa compreensão de saúde mental não endosse essa lógica que visa à adaptação e conformação das pessoas”, alerta Laís.

Desgastes podem acontecer em todas as profissões e vale ressaltar que a oportunidade de pausa é para descanso, frisa Herbert Bento, fundador da DDS Online. “Descansar é fundamental, inclusive reversando um momento para ficar consigo mesmo. Isso faz muito bem à saúde do corpo e da mente. Para aproveitar bem o novo ano que se aproxima é preciso estar com as baterias recarregadas”, finaliza.

Foto: GettyImages

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