Índice de 40% menos absenteísmo comprova os benefícios da ergonomia no trabalho
Assunto recorrente em Cipa, a importância em ter um ambiente de trabalho que priorize a ergonomia, com base na Norma Regulamentadora 17 (NR-17), bem como a promoção de ações que auxiliem os colaboradores a evitar lesões, podem ser cumpridos com medidas simples. Índice de 40% a menos no absenteísmo, por exemplo, já comprovam que medidas simples proporcionam um ambiente mais ergonômico.
De acordo com a fisioterapeuta Fabiana Albano, com a adoção de melhorias ergonômicas, a produtividade dos trabalhadores pode aumentar em até 30% e as empresas que adotaram essas práticas relataram uma redução de até 40% no absenteísmo relacionado a problemas musculoesqueléticos.
Menos absenteísmo
“Um mobiliário ajustável, com cadeiras e mesas que permitam ajustes de altura e posição, atendendo às necessidades dos funcionários; a organização do espaço; além da adoção de pausas regulares, principalmente, capacitar os colaboradores sobre a importância da ergonomia são fundamentais”, endossa a especialista, à Gazeta Regional.
Além de cumprir a legislação, a adequação à NR-17 traz benefícios concretos às empresas, em especial a promoção do bem-estar dos trabalhadores, destaca, Eduardo Lemes, vice-presidente comercial da Salvia Saúde Corporativa, ao site Notícia Já: “A norma exige que as empresas façam a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e identifiquem riscos ergonômicos, inadequações no ambiente ou situações que possam resultar em doenças ocupacionais. A avaliação deve ser realizada em conformidade com o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), garantindo que as condições de trabalho sejam constantemente ajustadas”, explica.
Levante-se!
Outra questão abordada nesse tema é a postura em que se trabalha. Com cada vez mais pessoas em funções tecnológicas, que exijam mais horas sentadas, fica a dúvida: trabalhar em frente do computador em pé ou sentado?
Estudos mostram que trabalhar muito tempo em pé pode causar riscos de problemas circulatórios: segundo artigo do International Journal of Behavior al Nutrition and Physical Activity, fazer uma pausa entre a jornada de trabalho, como subir escadas e pequenas caminhadas, é importante para evitar o sedentarismo. Em torno de seis minutos de exercícios intensos ou 30 minutos de moderados a intensos por dia mitigam os riscos de doenças cardíacas, mesmo àqueles que trabalham sentados por mais de dez horas diárias.
Ficar sentado também pode provocar a amnésia glútea, ou seja, um enfraquecimento nessa região, fazendo com que falhe ou demore para funcionar ao estar em pé. Como consequência, outros músculos e articulações podem assumir a tarefa, como a parte inferior das costas e os joelhos, sobrecarregando esses órgãos.
Jane Konidis, especialista em medicina física, ao The New York Times, explica que o glúteo máximo é um dos músculos mais fortes e responsável pelo amortecimento do impacto e para evitar tal problema, é crucial se levantar a cada meia hora para fazer exercícios simples, como fazer alguns círculos com o quadril.
“É importante se empenhar nos exercícios de glúteos na academia. Inclua agachamentos, avanços, elevações pélvicas e pranchas laterais nos seus treinos. Faça-os a cada dois ou três dias de maneira controlada e lenta”, recomenda.
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