Instituições de ensino se empenham em valorizar a saúde de seus colaboradores
Ensinar e aprender. Eis as metas no ambiente escolar, período crucial não apenas na formação de estudantes, mas de futuros cidadãos. E nesse ecossistema, todos que adentram os muros da escola, da merendeira ao corpo docente, também sofrem de excesso de trabalho, estresse, desmotivação, violência e outras mazelas. Atenção para a saúde deles é fundamental.
Em números, 60% dos professores no Brasil respondentes da pesquisa da rede Nova Escola (2022) relataram sentimentos intensos e frequentes de ansiedade, enquanto 41% sofrem com problemas de sono.
Saúde dos professores
“O bem-estar e a saúde dos professores é fundamental para promover um espaço de sala de aula seguro, respeitoso e acolhedor. Quando estão mentalmente saudáveis, os docentes são capazes de inspirar, envolver e motivar os alunos, criando situações de aprendizagem criativas e servindo de modelos aos estudantes”, destaca Maria Laura Sanchez Toca, coordenadora de práticas inclusivas da Beacon School, ao Escolas Exponenciais, entidade do setor privado de ensino.
Já em Planaltina, a Coordenação Regional de Ensino (CRE), com apoio da Subsecretaria de Gestão de Pessoas da Secretaria de Educação (SEEDF), desenvolve a ação “Cuidando de quem Educa”, com o foco em fortalecer a saúde mental, praticar intervenções e autocuidado com os professores da rede pública do Distrito Federal. Especialistas em saúde mental, como terapeutas, psicólogos e nutricionistas foram chamados para dar o acolhimento e suporte ao docente, cujas práticas são pensadas na realidade do professor da rede pública.
“Nós, da Regional de Planaltina, decidimos juntar os gestores de várias unidades e cada um foi apontando uma necessidade que existia em sua unidade. Pois lidamos com demandas que vêm de famílias, dos alunos, da própria comunidade. E quem cuida do professor? Foi pensando nisso que criamos esse projeto Cuidando de Quem Educa”, argumenta, à Agência Brasília, Fernanda Perdigão, pedagoga e enfermeira e servidora da SEEDF.
Universidade saudável
Essa preocupação também se espraia na comunidade acadêmica, não somente na promoção de pesquisa e conteúdo do assunto, mas de ações que proporcionem a saúde e bem-estar de todos os atores envolvidos.
Em Minas Gerais, Universidade de Uberaba (Uniube) promoveu uma palestra sobre “Saúde Mental do Profissional de Saúde”, no Instituto Maria Modesto (IMM), gerido pela universidade, com o psiquiatra Thomas Rotelli de Oliveira, cujo objetivo foi discutir cuidados com a saúde mental entre os profissionais da universidade.
“Com o apoio do Núcleo de Extensão e Pesquisa (Uniube-NEPE) e da equipe multiprofissional, organizamos esse evento que envolvesse os profissionais do IMM e os estagiários em diversos momentos, desde reuniões com pacientes e familiares até reflexões sobre prevenção”, explicaCarolina Beltrão,supervisora administrativa da entidade.
Já no Piauí, o Hospital Universitário da Universidade Federal do estado (HU-UFPI), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), conta com o “Cuidando de quem cuida”, programa direcionado aos colaboradores do local desde 2018, idealizado pela terapeuta ocupacional Danielle Torres e pela fisioterapeuta Lígia Carvalho com a participação de outros profissionais do hospital.
Florais, aromaterapia, ventosaterapia, massagem, acupuntura auricular, reiki e reflexologia podal (pressão aplicada nos pés), são realizados aos servidores de segunda a sexta-feira pela manhã.
“As práticas impactaram positivamente minha saúde, mais especialmente na perspectiva de refletir pontos que provocavam tensão, inclusive nas relações familiares. A minha autoestima melhorou bastante. Consegui colocar os pensamentos em ordem, identificar fontes de problemas. Hoje me sinto muito mais feliz”, relata Tatiana Porto, secretária terceirizada da Gerência de Atenção à Saúde do HU-UFPI/Ebserh.
Foto: divulgação