Pesquisas apontam que as condições de trabalho se tornaram mais intensas, extensas e tensas

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Está se sentindo cada vez mais tenso no ambiente de trabalho, isso não é apenas uma sensação. Isso é resultados das mudanças nas condições de trabalho nos últimos tempos. A gigante em tecnologia HP realizou recentemente seu primeiro estudo global denominado “Índice de Relacionamento com o Trabalho” e mensurou o que é constatado em boa parte das empresas: apenas 27% dos 12 mil entrevistados disseram que tem uma relação amistosa com seus empregos, por exemplo.

Para piorar, 55% assumiram ter dificuldades com o bem-estar mental e emocional; relataram ainda menos produtividade (34%), mais desinteresse (39%) e maior sensação de desconexão. O estudo, divulgado no site Você RH, foi feito com os chamados “trabalhadores do conhecimento”, ou seja, cuja jornada laboral é em mesas, além de mais de 2 mil gestores de Tecnologia da Informação (TI), e 1,200 mil líderes de empresas, em 12 países, incluindo o Brasil, Estados Unidos, França e Índia.

 

Condições de trabalho

 

Marcia Bandini, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca que a relação com o trabalho passou por mudanças profundas nos últimos anos, impactando diretamente na saúde das pessoas.

“Existe uma tríade: o trabalho se tornou mais intenso, mais extenso e mais tenso. O adoecimento por questão física permanece, mas o adoecimento na parte mental surgiu com mais força”, explica a especialista, que fez parte da coordenação técnica responsável pela inclusão de 165 patologias na lista do Ministério da Saúde de doenças relacionadas ao trabalho por causarem danos à integridade física ou mental do trabalhador, à CNN.

 

Em busca do diálogo

 

Para a professora, o aumento da lista das doenças relacionadas ao trabalho poderá auxiliar no entendimento sobre a relação do trabalho com o processo saúde/doença, fazendo com que a prevenção seja mais eficaz. “É necessário que Sistema Único de Saúde (SUS) seja interligado ao da Previdência, a fim de aumentar o diálogo”, acrescenta.

Já Fernando Mantovani, diretor-geral da consultoria de Recursos Humanos Robert Half, descreve que é preciso também os trabalhadores tenham uma postura preventiva: “Você provavelmente conhece bem a si mesmo e sabe identificar os gatilhos capazes de te desestabilizar, bem como sua função e a empresa para qual trabalha. Ainda que esses conhecimentos não sejam plenos, podem te dar uma noção em momentos mais críticos”, diz.

E conclui: “Reserve um tempo do seu dia ou da semana para avaliar esse período mais intenso e, assim, elaborar um plano de ação estratégico que pode ajudar a contornar essas situações com organização e serenidade”.

Foto: reprodução

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