Profissionais que atuam na Segurança do Trabalho garantem um ambiente saudável, afirmam especialistas

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A atuação de um profissional de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) não é apenas uma praxe obrigatória dentro das corporações, mas um instrumento primordial para assegurar a vida dos colaboradores na jornada laboral. Afinal, é o local onde as pessoas passam a maior parte do dia e é preciso que seja um ambiente saudável, seguro e que obedeçam aos regramentos e regulamentações para tal objetivo, mitigando assim danos graves como cortes, lacerações, fraturas, contusões, esmagamentos, distensões e torções, bem como questões de saúde mental.

A ausência dessa prevenção gera saldos muito negativos: por ano, os acidentes de trabalho representam perdas financeiras na média de R$ 13 bilhões, considerando valores pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em benefícios relacionados. Na outra ponta, mais de 46 mil dias de trabalho são perdidos e no Brasil, as notificações em 2022 ultrapassaram 612 mil casos, com 2.538 mortes – 7% a mais que 2021, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab).

 

Importância de um ambiente saudável

 

E não é preciso ser uma grande organização para que a Segurança do Trabalho seja implantada, esclarece Daniel Magalhães, engenheiro de Segurança do Trabalho, ao podcast da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Piauí (ABRH Piauí). “Toda empresa a partir de um funcionário de carteira assinada já pode trabalhar tranquilamente a segurança do trabalho. Os itens das Normas Regulamentadoras são os serviços que nós, engenheiros de Segurança do Trabalho, oferecemosà empresa. Nós somos só o elo”, argumenta.

Para entender e lidar com os casos de acidentes laborais, existe a Norma Regulamentadora 4 que trata dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.“A NR-4 estabelece a obrigatoriedade de contratação de profissionais da área de acordo com o número de empregados e a natureza do risco da atividade econômica da empresa”, explica Ivonei Tomkiel, profissional técnico em segurança do trabalho na regional Sudoeste do Sesi Paraná.

Na opinião de Daniel Magalhães, ao podcast da ABRH Piauí, muitas companhias não incorporam o profissional de SST por pura desinformação. “Existem as normas e existe a empresa e, às vezes, a empresa até quer implantar a SST, mas não tem o conhecimento de como fazer, como desenvolver um projeto de segurança dentro da empresa e é para isso que existimos, para facilitar esse dia a dia”, frisa.

 

Na prática

 

Os Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) são a porta de entrada para que seja exitosa toda a rotina de SST dentro de uma empresa. Contudo, para que esses profissionais tenham espaço para atuar de maneira eficiente e com o atendimento adequado, recomenda-se alguns apontamentos.

Ivonei Tomkiel, do Sesi Paraná, destaca alguns deles, sendo a realização de um robusto levantamento de riscos na empresa, contemplando todas as normas regulamentadoras, além de plano de ações, além de um diálogo de conscientização sobre o uso dos equipamentos de proteção e cuidados e desenvolver o setor de segurança do trabalho no local. “Conhecer as normas e saber em qual delas a empresa se encaixa é muito importante, pois pode prevenir doenças e evitar acidentes, além de gerar um ambiente de trabalho mais seguro para todos que estão envolvidos no processo produtivo”, arremata.

 

Mercado de trabalho

 

Para quem deseja atuar na área, a qualificação é primordial e os concluintes no curso Técnico em Segurança do Trabalho têm um amplo mercado de atuação, como indústrias, hospitais, comércios, construção civil, portos, aeroportos, centrais de logística, shoppings, instituições de ensino, bem como podem atuar em consultorias. “Onde há trabalhadores há riscos. Logo, se faz necessária a presença ou consultoria de um profissional em segurança do trabalho. O mercado sempre absorve bem esse profissional independentemente do segmento no qual irá atuar ou se especializar”, aponta Felipe Gonçalves, professor técnico de Ensino em Segurança do Trabalho no Senai Paraná.

E a troca de experiências já se inicia nos bancos escolares desses cursos. Um exemplo vem do Acre, em que alunos do curso Técnico em Segurança do Trabalho se reuniram com os diretores do Campus Rio Branco do Instituto Federal do estado (Ifac) e com a coordenadora do curso, Emanuela Santos, para apresentar propostas de melhoria na saúde e segurança do trabalho dos trabalhadores terceirizados da unidade. Para tanto, os estudantes usaram como base para a elaboração das sugestões o livro da Fundacentro intitulado “Pontos de Verificação Ergonômica”.

“Entre as melhorias propostas pelos discentes de Segurança do Trabalho estão a criação da brigada de incêndio, treinamento e kits para primeiros socorros, capacitação sobre os riscos ocupacionais e a utilização dos EPIs. Foram sugeridos pelos alunos que os trabalhadores recebam formação continuada e pratiquem ginástica laboral ou pausa para alongamentos”, enfatiza nota do Ifac.

 

Foto: AdobeStock

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