Reunião do G20 abre espaço para debate sobre o impacto global do calor extremo na saúde e produtividade dos trabalhadores

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Já falamos aqui em CIPA dos problemas causados pelas variações de temperatura recorrentes não apenas no Brasil, mas no mundo todo e que estão levantando uma série de estratégias para salvaguardar a saúde dos trabalhadores. Tal desafio foi discutido na reunião anual da Rede OSH (Occupational Safety and Health), realizada em Fortaleza, CE, em julho, em paralelo à Reunião Técnica sobre Emprego do G20 Brasil. Esse Grupo de Trabalho (GT) sobre Emprego é coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do país e reúne as maiores economias do mundo anualmente.

As estimativas sobre o tema não são animadoras: o mundo perderá a produtividade de 80 milhões de trabalhadores devido ao calor extremo até 2030, aponta a Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Dados da OIT mostram ainda que 2 milhões de pessoas estão sendo afetadas pelo estresse térmico no mundo e vivendo pior”, alertou David Michael, o professor da Universidade de George Washington, um dos palestrantes da reunião.

Ele ressaltou ainda que 2,4 bilhões de trabalhadores estão expostos ao estresse térmico no mundo, e desses 1,6 bilhão está na agricultura e na construção civil, mas outras áreas também são afetadas, como entregadores e atividades em portos e aeroportos.

 

G20 e os destaques para as áreas mais afetadas pelo calor

 

Outro palestrante do evento, Wellington Kaimoti, auditor-fiscal do MTE, destacou que o país está alinhado com as regras internacionais na aplicabilidade das Normas Regulamentadoras (NRs) sobre o tema.

“O agronegócio concentra 27% dos trabalhadores no Brasil. Por conta do estresse térmico, em 2019, revisamos e atualizamos de forma tripartite a NR-31 que trata das atividades na agricultura”, exemplificou Kaimoti, em sua fala no evento.

Foto: Shutterstock

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