Saúde ocular também é assunto da Segurança do Trabalho

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Vivemos em um mundo repleto de dispositivos digitais presentes o tempo inteiro e no ambiente de trabalho isso não é diferente. Contudo, o excesso de telas está desencadeando nos colaboradores problemas oculares, que vão desde irritações, fatores ambientais (como o ressecamento por conta do ar condicionado, poluição), até disfunções mais complexas que afetam a saúde ocular, como miopia e outras enfermidades.

Outra questão é para quem já tem algum tipo de problema ocular, que esbarra muitas vezes no despreparo e preconceito: segundo dados do estudo “Saúde Ocular e o Mundo do Trabalho”, realizado pela a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira mostrou que trabalhadores com deficiência visual têm 30% menos chances de serem contratados, em comparação com os sem deficiência.

 

Saúde ocular

 

O mesmo levantamento estima que 13 milhões de pessoas vivam com deficiência visual associada à sua profissão e 3,5 milhões de lesões oculares ocorram no local de trabalho todos os anos, ou 1% de todos os acidentes de trabalho não fatais.

Ainda no campo dos números, a perda de produtividade causada por problemas de saúde ocular pode trazer um prejuízo de US$ 410,7 bilhões, revela outro estudo, este da renomada revista The Lancet.

Segundo informações da Eyecare Health, startup especializada em oftalmologia, é importante as empresas criarem treinamentos de segurança do trabalho para que todos os atores estejam envolvidos e alinhados em Normas Regulamentadores pertinentes como a NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio – CIPA) e NR-7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), bem como ofertar dicas de segurança. “Por exemplo, trabalhar o assunto de maneira prática e didática, seja por meio de gamificação, workshops e palestras. Em paralelo, recomenda-se oferecer programas de incentivo que premiam os funcionários que colocam em prática as regras de segurança do trabalho”.

 

Conscientização

 

Cabem às empresas adotar a cultura de prevenção e da conscientização para evitar tais situações na jornada laboral. “Ao fornecer orientações aos colaboradores, a empresa pode ajudar a prevenir problemas oculares relacionados ao trabalho e melhorar a saúde em geral”, frisa oftalmologista Bruno Valbon, ao ES Hoje.

 O médico também recomenda o incentivo a idas regulares ao oftalmologista, verificação da ergonomia no local de trabalho, o que inclui a iluminação dos departamentos, mesas e demais espaços, além das pausas para descanso (de preferência sem celular): “Eduque os trabalhadores sobre os sinais precoces de problemas oculares, como visão turva, dores de cabeça frequentes, sensibilidade à luz e irritação ocular. Incentive-os a buscar ajuda médica se apresentarem esses sintomas”, arremata. 

Ayrton Ramos, presidente da Sociedade Catarinense de Oftalmologia (SCO), sugere algumas mudanças simples que podem ajudar nessa tarefa. A primeira é chamada de “20-20-20”, ou seja, a cada 20 minutos em frente às telas, faça uma pausae olhe para algo a seis metros de distância (equivale a 20 pés) por 20 segundos para relaxar os olhos.

“A mudança para o trabalho remoto nos trouxe muitas vantagens, mas também desafios, especialmente para nossos olhos. À medida que nos adaptamos a essa nova realidade, cuidar da nossa visão nunca foi tão essencial. Afinal, ter uma boa visão é crucial não só para o trabalho, mas para desfrutar da vida ao máximo”, comenta Ramos, ao Portal Litoral Sul.

 

Produtos perigosos

 

De cal a água sanitária, muitos são os produtos químicos que podem afetar a saúde dos trabalhadores, seja em sua manipulação, sejam presentes no ambiente. É de extrema importância o fornecimento por parte das empresas de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) a quem está trabalhando com esses compostos e dependendo do material e da função do colaborador, sendo os mais usados os óculos, mas também outros itens como luvas e máscaras podem ser necessários.

O cloro, por exemplo, libera um gás tóxico que provoca, se inalado, dores de cabeça, irritação no nariz, olhos e boca. “Como as vias aéreas do corpo fazem parte do sistema respiratório, a inalação do cloro pode gerar problemas ainda mais severos”, explica Vanessa Carvalho, especialista em química da marca de produtos de limpeza e autocuidado ecológicos positiv.a, ao NSC Total.

Soldas, manuseio de substâncias e elementos particulados e até mesmo poeira em excesso e serragem podem causar lesões nos olhos. “Se um objeto estranho penetrar no olho, o correto é encaminhar o trabalhador ao pronto-socorro/centro de atendimento de urgência imediatamente. Para evitar mais danos, é necessário que o trabalhador que não tente remover o objeto ou esfregar a região afetada. Se possível, use um copo de papel ou um escudo ocular sobre o olho para proteção e, em seguida, procure ajuda. Afinal, os pequenos corpos estranhos podem atingir a córnea”, informa notícia do blog da empresa de EPIs Danny.

Foto: reprodução

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