Transformação digital se sobressai como aliada na saúde dos funcionários
Inteligência Artificial, Cloud Computing, Internet das Coisas. Esses termos já não são novidades no mundo cada vez mais conectado e automatizado, em especial quando se refere ao universo do trabalho.
E essas ferramentas podem ser a porta de entrada não apenas para modernizar corporações, mas auxiliar os colaboradores e pessoas ligadas à Segurança e Saúde do Trabalho, tornando os processos mais seguros, eficientes e dinâmicos.
Segundo a Portaria nº 211, de 11 de abril de 2019, por exemplo, estabelece prazos às empresas a utilizar a assinatura eletrônica na documentação, conforme padrões da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Mesmo com a democratização do paperless, vale ressaltar que ainda assim, a apresentação de documentos em papel poderá ser aceita quando sua geração em formato digital for inviável.
Outro ponto que contribuiu para o processamento de dados foi a implantação do eSocial, fazendo com que evitar o descumprimento de prazos e o pagamento de multas por irregularidades nesses trâmites.
Saúde Mental e pandemia
Contudo, não é só para esses procedimentos mais burocráticos que a transformação digital pode contribuir para SST. Os próprios atendimentos aos funcionários em situações de acidentes laborais também podem auxiliar nessas questões.
A resiliência, aliás, também se tornou um meio importante para lidar com questões cada vez mais complexas no mundo SST. Com as restrições impostas pela Covid-19, funcionários e gestores se viram desafiados a trabalhar remotamente e agora com a retomada das atividades presenciais, muitos problemas despontaram.
A pesquisa “Saúde Mental em Foco”, produzida pela Vittude, plataforma que oferece atendimento psicológico online, em parceria com a Opinion Box, mostrou que 47% das empresas não oferecem cuidados psicológicos no Brasil. Dos 2.007 trabalhadores com mais de 16 anos de idade em todas as regiões do País entrevistados, 33% afirmaram terem insônia e crises de ansiedade desde que os surtos da doença começaram.
Isso, além de gerar queda na produtividade, consequentemente traz os afastamentos. As clínicas de Medicina do Trabalho também podem ser muito beneficiadas com a adoção de novas tecnologias para otimizar esses procedimentos, que englobam desde a consulta online em si, agendamento de exames (admissional, periódico e complementar), de mudança de função, retorno ao trabalho e demissional, envio de resultados para as empresas e acompanhamento do histórico de cada colaborador.
Na outra ponta, as empresas também podem adotar programas de Saúde Mental aos seus colaboradores, com acolhimento e escuta a todos os atores envolvidos, com adoção de medidas como terapia no ambiente corporativo e acompanhamento psicológico.
Dados como aliados
Como usar dados na gestão da Saúde Mental? Este foi um dos temas discutidos na 4ª edição do Mental Health Summit 2023, ocorrida em janeiro último, e que reuniu especialistas de diversas áreas para ampliar perspectivas sobre saúde mental e futuro do trabalho.
O healthanalytics nas empresas não é apenas para colocar em tabelas como anda a saúde dos funcionários, mas pode ser um excelente aliado para evitar doenças que podem perdurar e comprometer a vida das pessoas.
Julio Quintella, head de Produto da Vittude, disse no painel que o uso dessas análises ajuda a mapear os custos que passam despercebidos. “Para chegar a um resultado, é necessário considerar não apenas informações de colaboradores, mas também de psicólogos e da própria empresa, sobretudo, no que diz respeito à cultura organizacional”, expôs ele no evento.
Foto: divulgação/Mental Health Summit