Fisp e Fire Show apresentam as inovações do mercado de Segurança e Saúde no Trabalho e combate a incêndio

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A 23ª FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção e a 14ª Fire Show — International Fire Fair foram abertas, no dia 18 de outubro, no São Paulo Expo. Os eventos movimentam o mercado com as novas tecnologias empregadas em produtos e soluções de segurança ao trabalhador, assim como na área de resgate e proteção contra incêndios, para a diminuição dos acidentes de trabalho no Brasil. Pelos cálculos do Ministério do Trabalho, ocorrem mais de 400 mil acidentes do tipo todos os anos no país, com mais de 2,8 mil mortos.

Para o CEO da Fiera Milano Brasil, organizadora das feiras, Maurício Duval Macedo, “esta é a maior edição dos eventos. “Agradeço as entidades envolvidas e as empresas expositoras que estiveram conosco durante esses quatro anos, quando tivemos que adiar a realização das feiras por duas vezes, deixando claro a importância delas e o desejo de mantê-las”, afirmou. Macedo também destacou a importância da realização, pela primeira vez, do 20º Senabom — Seminário Nacional de Bombeiros, que tem sinergia com as feiras.

Falando em português “pela primeira vez”, o CEO da Fiera Milano, Luca Palermo, afirmou ser uma honra estar presente na abertura da Fisp e da Fire Show. “É um marco da Fiera Milano no Brasil, por isso agradeço as parcerias que tornaram tudo isso possível”.

 

Fisp 2022

Parcerias

 

Já o presidente da Fundação de Apoio ao Corpo de Bombeiros — Fundabom, Frank Itinoce, destacou a qualidade dos eventos. “Com certeza será um sucesso”, afirmou.

Por seu lado, Nércio de Souza, presidente da Abiex — Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos Contra Incêndio e Cilindros de Alta Pressão, entidade realizadora da Fire Show, lembrou que o setor de proteção e combate a incêndios viveu mudanças profundas nos últimos anos.

Na sequência, falaram Adriano Serino, diretor presidente do Sindiseg — Sindicato da Indústria de Material de Segurança; José Geraldo Brasil, presidente da Animaseg — Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho, e Allan David Soares, representando o Ministro da Previdência e do Trabalho, José Carlos Oliveira e Joel Malta de Sá, representando o prefeito da Cidade de São Paulo, Ricardo Nunes.

Os dois eventos reúnem, dentro de um espaço de 42 mil m² de área de exposição, mais de 700 marcas expositoras, com expectativa de receber cerca de 50 mil visitantes, entre profissionais de enfermagem, médicos do trabalho, psicólogos, fonoaudiólogos, engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, inspetores de risco, segurança patrimonial, cipeiros, bombeiros, gerentes, diretores, compradores, entre outros profissionais do setor.

 

Mudar política ambiental é fundamental para tirar o Brasil do isolamento no exterior

 

As políticas ambientais conduzidas atualmente pelo país estão sendo prejudiciais aos interesses brasileiros, não só do governo, mas principalmente aos interesses do setor privado. A conclusão é do ex-embaixador em Londres e Washington, Rubens Barbosa, que fez a palestra magna na abertura do Simpósio Ambientes Seguros, evento paralelo à Fisp.

Barbosa lembrou que o país é signatário dos principais tratados e normas internacionais, como o COP-26, mas a dúvida sobre o cumprimento deles surge diante do desmonte de órgãos de controle e aumento dos índices de desmatamento e queimadas, especialmente na Floresta Amazônica, alvo de questionamentos constantes do governo.

A atual situação, de acordo com o embaixador, provocou o retorno do Brasil à situação enfrentada na década de 1980, quando o Brasil foi cobrado por desmatamentos, incêndios e pelo descaso com os índios na Amazônia. “No entanto, houve uma mudança neste quadro entre 1992, com a Rio 92, até 2018, quando nos tornamos protagonistas nos esforços de preservação do meio ambiente, e agora vemos tudo retroceder”.

Diante deste quadro, Barbosa entende que o próximo governo, independente de quem ganhe no dia 30 deste mês, terá que avançar nas discussões sobre as políticas ambientais e a Amazônia tornando-as mais amplas, levando em consideração os riscos e prejuízos que ocorrerão para o País. “Especialmente, a política para a Amazônia vai ser fundamental nos próximos anos”, analisou.

Fisp - Simpósio Ambientes Seguros

 

Praticidade e conforto chega aos sapatos de SST

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do trabalhador, a indústria está investindo na criação de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) mais práticos e confortáveis. Durante a 23ª edição da Fisp, os visitantes podem conferir como a tecnologia está revolucionando o mercado de calçados de SST (Saúde e Segurança do Trabalho).
A Bracol apresenta novos sapatos de SST com foco em segurança, conforto e praticidade. Entre eles, está a linha Detroit, que possui três modelos nas opções ocupacional e segurança. Os calçados possuem a tecnologia Shock Absorption, um inserto de PU que dissipa a pressão do caminhar, aumentando o conforto do usuário.

Na fábrica modelo de segurança, parceria entre o IBTeC — Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos e a empresa Conforto, é possível conferir todo o processo de fabricação de uma bota e um tênis de segurança de alta performance. Além de poder ser adaptada — resistência a corte, água e altas temperaturas, por exemplo — para o uso em diferentes segmentos, os calçados têm o sistema Disk que permite o ajuste rápido e prático.
“É um botão que a pessoa aperta e gira para ajustar o sapato no pé. É muito prático, eficiente e resistente. Trata-se de uma tecnologia que já existe nos tênis de alta performance no exterior e estamos trazendo no Brasil para a linha de segurança do trabalho. Todos os materiais têm o Selo Conforto, do IBTeC, e podem ser usados até para calçados de trekking”, explica João Altair dos Santos, diretor-presidente da Conforto.
O mercado brasileiro de EPIs encerrou 2020 com PIB de R$ 16,6 bilhões. Apenas os fabricantes de calçados de segurança registraram R$ 2,43 milhões em faturamento, segundo a Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho). A Fisp, principal feira do setor de proteção e segurança no país, vai até esta quinta-feira (20) no São Paulo Expo.

Suicídios caem com abordagem humanizada de bombeiros em SP

Desde 2020, a abordagem de pessoas que estão tentando suicídio — chamadas de tentantes — no estado de São Paulo, exceto quando há arma de fogo envolvida, é de responsabilidade do Corpo de Bombeiros. Isso porque a adoção da abordagem técnica humanizada, em 2016, se provou eficiente para evitar a consumação do ato. Atualmente, 14 estados brasileiros são signatários do modelo.
Fisp - Senabom

Segundo uma pesquisa divulgada pelo Major PM Diógenes Martins Munhoz, durante o 20º Senabom — Seminário Nacional de Bombeiros, de 302 abordadores — nome dado ao agente que aborda o tentante –, 56,3% não presenciaram a consumação de um suicídio antes da mudança na técnica. Após a especialização, o percentual saltou para 86,8%.
“Não tem como uma corporação que atende centenas de ocorrências não se especializar. Infelizmente, em São Paulo, atendemos de cinco a sete ocorrências de tentativas de suicídio por dia e não tínhamos nada que direcionasse para uma abordagem mais humanizada. Antes, fazíamos de uma forma tática, conversávamos com a pessoa para distraí-la. Agora, sempre começamos tentando dissuadir o tentante e a última opção é a abordagem tática”, explicou o Major Diógenes.
A metodologia inclui técnicas de dissuasão de acordo com o perfil do tentante, além de mostrar como acolher a pessoa após ela desistir do ato. “A abordagem mais humanizada, onde a pessoa é ouvida e se sente acolhida, faz muita diferença porque melhora o prognóstico, facilita que ela aceite o tratamento após a tentativa de suicídio”, afirmou a psicóloga Karen Scavacini, fundadora do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio.
O psiquiatra Neury José Botega, fundador e diretor da Abeps — Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio, lembrou que a atuação do Corpo de Bombeiros é o último recurso. Considerando que o suicídio é um “problema complexo, um dilema humano”, as políticas públicas e sociais para prevenção devem ser aprimoradas, e aplicadas desde a infância.
“É necessária a organização dos serviços de saúde, educação e assistência social. Isso porque os acontecimentos mais associados ao desenvolvimento de problemas psiquiátricos, que podem motivar um comportamento suicida, são os abusos sofridos na infância. Além disso, no decorrer da vida, precisamos aprender a sofrer sem desmoronar, temos que ter estrutura para desenvolver ferramentas para superar a dor psíquica”, detalhou Botega.

SST e Meio Ambiente estão intimamente relacionados

Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Ambiente estão interligados e são fundamentais para o sucesso de uma empresa. Essa questão foi debatida no Painel “Sistemas Integrados de Gestão: O que Meio Ambiente e SST têm realmente a ver com ESG”, durante o primeiro dia do Simpósio Ambientes Seguros, que acontece durante a Fisp.
Mediado por Valdizar Albuquerque, presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho (Sintesp), o painel contou ainda com Eduardo Machado Homem, diretor do Safety; e Fábio Arruda, gerente de Segurança Ocupacional da Vale S/A.
Os três concordaram que o conceito ESG (Environmental, Social and Governance), que leva empresas a se destacarem no mercado financeiro por suas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa, é uma tendência mundial que vem ganhando força na última década e que veio para ficar. E envolve o meio ambiente, a sociedade e os funcionários, o que inclui Segurança e Saúde no Trabalho.
Para Arruda, ainda existem empresários que acreditam que o ESG é algo para melhorar a imagem da empresa. “Mas vai muito além disso. O conceito exige uma mudança de cultura, promovendo a evolução no Programa de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA). “Sendo assim, empresa que não considerar os princípios ESG pode perder investimentos importantes e ficar fora do mercado.
Investir em SST é o melhor caminho a ser tomado pelas organizações, reforçou Machado, qualquer que seja a sua área de atuação. “Comprovar a execução da gestão de Segurança e Saúde no Trabalho é um dos requisitos fundamentais para ingressar no universo ESG”, afirmou. “Tratam-se de ações muito mais amplas do que apenas o meio ambiente, e cabe ao profissional de Segurança e Saúde no Trabalho levar essa consciência para as empresas”.
Albuquerque lembrou que, do ponto de vista ocupacional, quando a empresa faz prevenção está evitando um problema ambiental. “Não há dúvidas que meio ambiente e prevenção no trabalho estão relacionados”.

 

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