Dor lombar baixa foi campeã de atestados médicos em 2015

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A dor lombar baixa, pelo terceiro ano consecutivo, foi o motivo declarado que mais afastou os colaboradores das suas atividades profissionais em 2015. Essa é a conclusão do levantamento feito pela Gesto Saúde e Tecnologia, pioneira na aplicação de big data para gerenciamento de saúde corporativa, que administra um banco com dois milhões de vidas (número maior do que a população de 95% das cidades brasileiras).

Em relação ao total de atestados entregues com motivo declarado em 2015, cerca de 5% tinham essa justificativa e foram gerados por 9% dos funcionários de grandes empresas. Essas pessoas ficaram, em média, dois dias ausentes. Se levarmos em consideração a quantidade de dias úteis, é como se três pessoas ficassem sem trabalhar durante todo o ano aproximadamente.

Abaixo dela aparece a diarreia e a gastroenterite de origem infecciosa presumível, que respondeu por 4% do total de atestados do ano e afastou aproximadamente 12% dos colaboradores, principalmente os jovens, por um dia. No comparativo com 2014, a causa ocupou a mesma colocação. Em seguida, vemos a dor articular figurar pela primeira vez no ranking, com 3% dos atestados, o que ocasionou o afastamento de 4% dos trabalhadores por um período de até três dias.

O quinto lugar, que em 2014 era ocupado pela cefaleia, foi substituído pela dengue. No ano em que o país teve a pior epidemia desde 1990, a doença subiu 36 posições e ficou entre as principais que causam afastamentos não previdenciários (ou seja, de até 15 dias, pagos pela empresa). Cerca de 2,5% dos colaboradores de grandes empresas foram afetados e ficaram cerca de 5 dias ausentes. Em média, é como se a cada 50 colaboradores com dengue em 2015 a empresa perdesse o equivalente a um colaborador sem trabalhar no ano inteiro. Em comparação com o ano anterior, apenas 1% dos colaborares das grandes empresas se afastou pela doença.

Por fim, está o entorse e a distensão do tornozelo, que impacta aproximadamente 1,5% dos trabalhadores de grandes empresas e é o motivo que afasta por mais tempo: cerca de seis dias.

Para chegar ao resultado, a Gesto Saúde e Tecnologia consultou a base de dados gerada por sua ferramenta Big Data Gesto Inteligente 2.0, composta por informações de mais de 150 empresas brasileiras. Ela combina e analisa dados de uma população, integrando informações de planos de saúde, atestados médicos, afastamentos, dados da medicina ocupacional e ROI (Return Of Investment) das ações de promoção de saúde. E então, por meio de mais de 120 algoritmos e modelos preditivos exclusivos desenvolvidos pela equipe técnica, extrai oportunidades de redução de custo e incremento de saúde. Foram excluídos da análise os atestados emitidos com CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) não declarado.

Na avaliação da gerente em inteligência em saúde da Gesto Saúde e Tecnologia, Francine Leite, entender as causas que estão por trás destes afastamentos e o perfil das pessoas afastadas é primordial para desenvolver campanhas de saúde mais certeiras e melhor direcionadas. “O que hoje é um afastamento não previdenciário, pode mais para frente se tornar um caso mais longo e de impacto direto com o Fator Acidentário de Prevenção (FAP). Extrair dados como sexo, faixa etária e área de atuação de quem sofre com dor lombar baixa, por exemplo, permite investir em campanhas de orientação e exercícios de alongamento ou laborais mais focados em coluna, ao invés de desperdiçar o recurso com práticas menos assertivas. Outra possibilidade é cruzar as informações para verificar se as pessoas que apresentaram os atestados estão se cuidando ou se estão perdidas na rede para intervir e auxiliar no encontro do melhor tratamento”, explica ela. “O principal valor de uma ferramenta de big data na gestão de saúde é utilizar algoritmos para identificar colaboradores com possibilidade de apresentarem um afastamento previdenciário e, assim, atuar preventivamente no FAP e no curso da doença do colaborador, trazendo benefícios para todos”, completa.

2 Comentários
  1. Rodrigo diz

    Não é à toa que tenho como tema do meu mestrado as lombalgias e seus respectivos métodos prevencionistas, destacando-se aqui os hábitos de vida!

  2. Rafael Piacenti diz

    Uma pena ver mais de 50% dos casos com CID não informado!

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