Bahia: Rodoviários afastados por doenças chegam a 20%

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img_t13ra0522__148107651Dos 19 mil rodoviários da Bahia, 20% dos estão afastados das suas funções de trabalho por doenças como hipertensão, problemas de coluna e transtornos mentais. Além disso, essa também é a categoria mais atingida por enfermidades causadas pelas más condições de trabalho. Esses são dados do Sindicato dos Rodoviários da Bahia. “Nós temos a maior quantidade de patologias que podem atingir uma categoria e acreditamos que hoje estamos com 20% dos servidores afastados pela previdência por conta dessa situação, fora os que ainda estão enfrentando a barra por não querer passar pelas humilhações da previdência social,” contou o presidente do sindicato, Hélio Ferreira.

Por conta disso, representantes do Ministério Público, Tribunal Regional do Trabalho e a direção do Sindicato dos Rodoviários da Bahia se reuniram no dia 20 de março para discutir assuntos como condições de trabalho e impacto na saúde da categoria. “Esse é um seminário de saúde e segurança para os trabalhadores, para que eles entendam que estamos buscando uma politica de prevenção de acidente onde se tenham condições melhores de trabalho para a categoria. Junto às empresas, pedimos que os ônibus tenham motor traseiro, cambio automático, conseguimos avançar na questão somente do cambio. Tudo demora muito por que os novos veículos estão sendo implantados de forma lenta, então daqui que todos sejam automáticos, a categoria vai continuar sendo penalizada pelas condições de trabalho”, explicou Ferreira.

Ainda segundo o presidente do Sindicato, uma das questões mais discutidas é a redução da carga horária de trabalho. “Nosso pedido de mudança na carga horária está no congresso nacional, esperamos que o avanço seja em todo o território brasileiro. Hoje a carga horária ideal pra gente seriam seis horas, pra que possamos diminuir os efeitos que o acúmulo excessivo de trabalho tem gerado à categoria,” disse.

De acordo com a médica do trabalho, representante da categoria, Cristiane Barbosa, abuso do álcool e das drogas, além da depressão, estão entre as patologias que mais afetam os rodoviários. “Doenças osteomusculares, relacionadas à coluna, tendinites, são bem relacionadas a essa categoria, por conta da condição de trabalho, com o esforço físico, a predominância de tempo em uma mesma postura, o estresse do dia a dia, falta de tempo de pausas regulares. A hipertensão arterial também, além do estresse do trabalho, de levar o passageiro, o medo do assalto, de um acidente, a questão do trânsito, os ruídos que interferem e o calor que é outro fator de risco. Além disso, temos também os transtornos mentais, depressão, uso de álcool e drogas, alterações de sono, são bastante comuns, muito por conta das condições de trabalho, e dos turnos noturnos,” explicou.

“O ideal é que as medidas sejam tomadas pelas empresas em busca da melhoria do meio ambiente e pelo trabalhador também. É possível fazer tratamentos, ginasticas laborais, as pausas de descanso corretas, mas isso não pode ser feito isoladamente, deve ser feito em conjunto e com a atuação não só física, mas também na organização de trabalho,” finalizou.

Fonte: Tribuna da Bahia

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