Barulho em excesso pode causar perda auditiva em quem trabalha na noite

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Reunir os amigos e passar uma noite divertida em uma boate ou em um barzinho com música ao vivo ou eletrônica é rotina para muita gente. O clima festivo anima os frequentadores; mas são os garçons, DJ’s, músicos, barmans e outros profissionais que trabalham diariamente expostos à música alta as principais vítimas de um mal que chega gradativamente: a perda de audição, que é progressiva e irreversível. A permanente exposição ao ruído contínuo, aliado à quantidade de horas em contato com o sol alto, pode provocar um processo conhecido como Painpse (Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados).

Segundo especialistas, se o ruído atingir, por exemplo, 98 decibéis, a tolerância permitida é de pouco menos de 10 minutos diários neste ambiente. E, dentro de uma boate, onde o som chega a 110 decibéis, ficar por apenas meia hora já pode causar um dano sério.

Isabela Papera, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, confirma que ruídos acima de 85 decibéis já são prejudiciais à audição. “Quanto mais repetitivo e/ou mais alto for o barulho, maior será o dano às células ciliadas da cóclea (órgão responsável pela audição sensorial). “Ao longo do tempo, o indivíduo começa a perceber que está perdendo a audição. Isso pode acontecer aos 35, 40, 50 ou 60 anos; depende da exposição dessa pessoa a tais ruídos, bem como de sua predisposição genética”, explica.

Os mais sujeitos à perda de audição são aqueles que trabalham no meio musical, mas os frequentadores de casas noturnas também não estão livres do problema. De acordo com  o England’s Royal National Institute of Deaf, três em cada quatro frequentadores assíduos de boates e danceterias estão sujeitos e desenvolver surdez precoce.

Ainda não existem estatísticas no Brasil sobre este tipo de ocorrência, mas especialistas afirmam que esses frequentadores assíduos de casas noturnas – e principalmente quem trabalha na noite – terão dificuldades para ouvir cada vez mais cedo se não reduzirem o tempo de exposição contínua ao som elevado.

A fonoaudióloga da Telex aconselha a consulta ao médico uma vez ao ano para fazer um diagnóstico; inclusive para quem tem casos de perda de audição precoce na família, já que o mal também pode ser genético. “O mais importante é procurar um otorrinolaringologista para avaliar se há alguma perda ou complicação e se existe a necessidade de solicitar exames complementares, mais específicos”, esclarece.

Mesmo com o alerta, uma das maiores dificuldades encontradas nesses casos é que as pessoas, muitas vezes, não percebem os sintomas da diminuição auditiva, dificultando o diagnóstico precoce. Os sintomas iniciais geralmente podem ser zumbido, sensação de ouvido tapado, dores de cabeça e dificuldades para entender o interlocutor durante uma conversa.

Ainda que a perda de audição gradual seja uma possibilidade real para os profissionais da noite, é possível se prevenir. A utilização de protetores de ouvido são fundamentais e ajudam a reduzir os riscos. Os protetores da Telex, por exemplo, são moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada usuário, de forma a ficar bem ajustados. Eles reduzem o som ambiente em até 25 decibéis. São práticos, podem ser transparentes ou coloridos e são encontrados nas 70 lojas espalhadas pelo país.

Quando fica constatado que já existe a perda de audição, o uso do aparelho auditivo, muitas vezes, resolve o problema, sem causar constrangimentos a quem o usa. Cada vez menores e com tecnologia digital, a nova geração de aparelhos auditivos desempenha tão bem suas funções quanto a própria audição humana e, o que é melhor, de um jeito moderno e prático. Alguns, inclusive, ficam completamente invisíveis no ouvido, pois são colocados dentro do canal auditivo, como o Claris Di, da Telex. Já se foi o tempo em que usar uma prótese auditiva era motivo de vergonha.

Em todo o planeta, 120 milhões de pessoas já estão com a audição afetada pela exposição a ruídos intensos e podem caminhar para a surdez, já que as células do ouvido não têm a capacidade de se regenerar. “A Painpse é cumulativa. Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo. Os efeitos podem não ser sentidos de imediato e a percepção do dano pode vir tarde demais”, conclui a fonoaudióloga.

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