Dia do Médico do Trabalho
Fonte: ANAMT
Os médicos do trabalho em todo o mundo celebram, nesta sexta-feira, uma data especial para a especialidade. Trata-se do Dia do Médico do Trabalho, comemorado no dia 4 de outubro em homenagem ao nascimento do médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714).
Para a ANAMT, a escolha da data é a consolidação do exercício da profissão. A celebração vem de encontro ao anseio de por em evidência a atuação do médico da área e sua responsabilidade na manutenção de condições ideais de trabalho. Mais do que celebrar a Medicina do Trabalho, o 4 de outubro é dia de honrar o legado de Ramazzini, reafirmando nosso compromisso com esta especialidade médica que lida com as relações entre homens e mulheres trabalhadores e seus respectivos ofícios, visando não somente a prevenção dos acidentes e das doenças do trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade de vida.
Há mais de 300 anos, Ramazzini, considerado o precursor da especialidade, começou a pavimentar rumos que seguimos até hoje: o estabelecido de ligações entre determinadas ocupações e as enfermidades sofridas pelas profissionais que as praticavam.
As Doenças dos Trabalhadores
A partir desses estudos, o então professor da Universidade de Pádua, na Itália, publicou a obra De Morbis Artificum Diatriba (As Doenças dos Trabalhadores, em português), na qual relacionava riscos associados a 52 ocupações. A pesquisa listava danos causados por agentes químicos, físicos, biológicos, entre outros.
Obra de valor inestimável, As Doenças dos Trabalhadores foi publicada pela primeira vez em 1700. Observando as queixas de seus pacientes e seus ofícios, Ramazzini identificou que o trabalho pode ser um determinante do processo de adoecimento. Ao discorrer sobre as doenças de diversas profissões, revela os primeiros indícios de uma prática médica direcionada ao estabelecimento de diagnósticos de doenças ocupacionais.
Em uma das passagens mais marcantes do texto, Ramazzini descreve como deve ser a postura do médico que atende um trabalhador: “o médico que vai atender um operário não deve se limitar a por a mão no pulso, com pressa, sem informar-se de suas condições; não delibere de pé sobre o que convém ou não fazer (…); deve sentar-se com a dignidade de um juiz; sente-se mesmo em um banco, examine o paciente com fisionomia alegre e observe detidamente o que ele necessita dos seus conselhos médicos e dos seus cuidados preciosos”.
Os critérios de classificação empírica elaborados por Ramazzini — que também se destacou por ser um dos primeiros a defender o uso do quinino para o tratamento da malária — serviram como base para a sistematização da Patologia do Trabalho, utilizada em diversos países.