Home office já não é um modelo mais atraente para empresas e chama a atenção devido as questões ligadas à segurança e saúde ocupacional

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O período de restrições impostas pela Covid-19 fez acelerar diversas tendências, o teletrabalho, por meio do home office, é uma delas. Aliás, vale lembrar que essa modalidade já existia antes da pandemia: está inserida desde 2017 na CLT, durante a chamada reforma trabalhista.

Não há de se negar que a flexibilidade de horário e de localidade, o tempo a mais dedicado à família e projetos pessoais, além de não ter a dor de cabeça em enfrentar o trânsito conferem as vantagens desse modelo às pessoas. Isso não quer dizer, porém, que inúmeros desafios estão envolvidos, como a falta de interação com colegas e superiores, manter a produtividade e, principalmente,como é o ambiente em que se está trabalhando e se estão sendo cumpridas as Normas Regulamentadoras.

Home Office e a SST

Isso levantou uma convergência que está em debate entre empresas e colaboradores: a do trabalho híbrido. Pesquisa da Basking.io, divulgada pelo O Globo, mostrou que o número de pessoas que vão ao escritório uma vez por semana disparou nos últimos meses, enquanto grandes corporações como a Apple estimulam a volta total ao presencial. Outro levantamento, da WFH Research, publicado pela revista Exame, revelou que quem está no escritório gasta 25% mais tempo em desenvolvimento de carreira do que àqueles que cumprem suas jornadas de casa.

Ou seja, o trabalho remoto já não é tão atraente para as organizações, apontam esses estudos: “O home office oferece maior produtividade com a flexibilização do horário, além de permitir se estabelecer em diferentes lugares do mundo. Por outro lado, pode reduzir as chances a interações pessoais informais e troca espontânea de ideias, o que é crucial para a inovação e colaboração no trabalho em equipe”, destaca Juliana Alencar, especialista em cultura e inovação organizacional, ao site Vida Simples.

Ergonomia

Como dito, um dos problemas que podem ser ocasionados aos trabalhadores que estão em regime remoto é o risco de lesões por conta de ineficiência na ergonomia, cujas regras e recomendações estão presentes da NR-17.“Um cuidado muito importante é não subestimar a possibilidade desses colaboradores sofrerem algum tipo de acidente ou doença do trabalho em suas residências, pelo contrário, terá que ser feita uma atuação diferenciada com monitoramento e aplicação de uma cultura de saúde e prevenção”, alerta Rodrigo Pires de Araújo, CEO da GlobalWork Serviços em Saúde e Segurança do Trabalho.

Aliás, as empresas precisam estar atentas, pois não estão eximidas de passivos caso ocorram acidentes e lesões no teletrabalho, bem como outros itens, como estar expresso no contrato de trabalho a indicação do responsável pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto e como será realizado o reembolso de despesas arcadas na compra de mobiliário, equipamentos e suportes ergonômicos. “A norma legal define que o empregador deve instruir o trabalhador, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções contra doenças e acidentes de trabalho, e fornecer um termo de responsabilidade a ser assinado pelo empregado, comprometendo-se em seguir as instruções recebidas da empresa”, comenta Tatiana Gonçalves, diretora da Moema Medicina do Trabalho, ao Jornal de Brasília.

“É fundamental que empresas portadoras de trabalhadores que atuem em casa determinem firmemente seu horário de expediente. Façam isso no sentido de terem mais controle sobre a jornada laboral dos seus trabalhadores, e assim, em caso de acidente terão menos dúvidas para determinar se foi acidente de trabalho ou não”, esclarece.

Retomada

Para Thamiris Abdala, diretora organizacional e controladoria do Grupo EpicusOutlier, ao site Vida Simples, as empresas precisam dar um suporte aos funcionários, seja os que estão no trabalho presencial, home office, ou em um modelo híbrido: “É importante que as corporações compreendam as preferências e preocupações individuais de seus funcionários, criando um ambiente de trabalho flexível que acomode diferentes necessidades. Já no escritório, que sejam fornecidos espaços de colaboração e interação, além de treinamentos e apoio à saúde mental. A comunicação é essencial, com informações claras sobre essas mudanças e, principalmente, uma transição de modelos de maneira suave, para garantir a retenção eficiente de talentos”, finaliza.

Foto: Reprodução

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