Humanização pode maximizar a cultura da segurança no ambiente de trabalho

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“Como melhorar a qualidade de vida e prevenir acidentes no ambiente de trabalho?” O questionamento é o ponto de partida para considerar a saúde e segurança (SST) como elemento essencial para a produtividade de pessoas e da própria empresa. Não apenas isso: o assunto Humanização está presente nas corporações. Um local colaborativo, com capacitações, escuta ativa e pensando nas capacidades e competências de cada um, o que inclui a bagagem cultural e pessoal, são itens fundamentais para evitar problemas como absenteísmo e presenteísmo.

Ou seja, com a humanização o capital humano é valorizado e difundido. “Atuar na prevenção de acidentes é um processo contínuo. Trabalhamos progressivamente para criar um ambiente mais seguro, onde quer que operemos, inclusive pela evolução do nosso sistema de gestão, promovendo uma evolução cultural entre nossos colaboradores, que recebem treinamentos para entenderem que a segurança não é só uma preocupação e responsabilidade da companhia, mas deles próprios e de seus pares”. As palavras são de Vitor Correa, head global de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Louis Dreyfus Company (LDC), líder global na comercialização e processamento de produtos agrícolas, para a revista Exame.

Humaninzação e ESG

A companhia informa que aumentou em 24% seus investimentos em iniciativas de seu sistema de gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, com aporte de US$ 40,9 milhões globalmente. “Em 2023, tivemos uma diminuição de 27% no índice de Severidade, ou seja, número de dias em que os colaboradores ficaram afastados do trabalho por acidentes em relação ao número de horas trabalhadas, se comparado com o melhor resultado dos últimos quatro anos”, continua o gestor.

Tema recorrente dentro das companhias, o conceito ESG (do inglês, Ambiental, Social e de Governança) já não é mais considerado uma agenda ativista, mas um planejamento estratégico importante, que pode abrir oportunidades e mitigar riscos, inclusive implicando positivamente na humanização em SST. “Cuidar da saúde e bem-estar dos colaboradores, seguir as normas para garantir a segurança e respeitar as leis é responsabilidade e meio para negócios sustentáveis, que precisam projetar o futuro, olhando o hoje”, afirma Robson Gravena, gerente executivo de Segurança e Saúde do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

“A SST tem impacto em cinco dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), da ONU, que, por sua vez, são base do ESG. Promover espaços de trabalho saudáveis fisicamente e mentalmente, pensando em ações que saem da empresa, como a oferta de bons benefícios, é parte disso”, arremata o gestor.

Eis que novamente o termo capacitação entra na jornada por empresas mais socialmente responsáveis. Não basta introduzir treinamentos e preencher relatórios ou pesquisas de satisfação se não metas, objetivos e propósitos claros. “Os gestores de programas de saúde, segurança e bem-estar devem buscar capacitação neste tema para que possam utilizar os mesmos indicadores e metas que os setores de sustentabilidade das organizações. Certamente, trata-se de uma nova fronteira, bastante promissora, para tornar o campo da qualidade de vida do trabalhador relevante para o planejamento estratégico das empresas”, escreve Alberto Ogata, presidente da Associação Internacional de Promoção de Saúde no Ambiente de Trabalho (IAWHP), em artigo ao RH Pra Você.

Digitalização

Já tratamos aqui, no portal da CIPA, sobre a relevância que a digitalização de processos proporcionou no ambiente laboral, especialmente com o Compliance dentro das corporações e o uso de plataformas digitais especializadas em SST oferecem uma série de ferramentas que podem ser aproveitadas pelas empresas para aprimorar esse departamento.

Para Leonardo Grandchamp, supervisor de Redação do Jornal Contábil, as empresas que implantam sistemas de gestão de documentos, além de proporcionar avaliação de riscos e análise de dados, otimizam a comunicação, garantem as atualizações regulatórias e consequentemente, o impacto no investimento é visto: “Estar de acordo com as regulamentações é essencial para proteger os funcionários, evitar acidentes e doenças ocupacionais, e mitigar riscos legais e financeiros às empresas”, afirma.

Ele acrescenta que as corporações que se comprometem em estar em conformidade de SST estão mais bem posicionadas para atrair investimentos, principalmente se a mensuração é feita de forma transparente por meio de plataformas digitais. “À medida que as regulamentações de SST continuam a evoluir e se tornam cada vez mais rigorosas, a adoção precoce dessas soluções pode ser um diferencial competitivo significativo”, resume.

Humanização e tecnologia não só podem como devem ser aliadas nessa jornada tão complexa e importante que é a saúde e segurança de trabalhadoras e trabalhadores.

 

Foto: reprodução

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