Jornadas exaustivas, tensão extrema, remuneração aquém. Essas e inúmeras razões para desgaste mental estão presentes em milhares de pessoas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2022, mostram que quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, vivem com algum transtorno mental.
Pensando em carreiras, uma profissão que conta com esse turbilhão de emoções constantes é o de agente de segurança. Entidades de classe, incluindo das polícias Civil e Militar, são unânimes em afirmar que os problemas psicológicos costumam ser ocasionados pela própria tensão das atividades desenvolvidas por esses profissionais, juntamente com a sobrecarga de trabalho e a condições precárias.
“Às vezes promovemos até vaquinha para manter o serviço do Estado: para arrumar viatura, fazer telhado, armário, cama de alojamento, tudo. Só quero paz para seguir minha vida, superar meus problemas e voltar a ser o profissional que sempre fui”, disse um agente penal em entrevista ao jornal Tribuna de Minas.
Segundo informações divulgadas pelo portal Exame, de 2019, em todo o País, tem a média de 425 mil policiais militares, possui uma alta taxa de casos de suicídio e de transtornos mentais. Citando alguns exemplos, em São Paulo, com o maior efetivo policial do país (93.799 agentes), 120 policiais militares cometeram suicídio entre 2012 e 2017. Já o Sindicato dos Policiais Penais (Sindppen), regional Minas Gerais, informa afastamento de servidores nas unidades prisionais de Juiz de Fora gira em torno de 30% do efetivo.
Prevenção
Ações em favor da saúde mental das corporações são realizadas em todo o País, inclusive com arcabouço legal para isso. Em notícia publicada pela Agência Câmara de Notícias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou em 11 de janeiro, com vetos, a Lei 14.531/23, que trata de ações relativas à prevenção de suicídio e automutilação de profissionais de segurança pública.
Tem origem no Projeto de Lei do Senado número 4815/19, e foi aprovado na Câmara em novembro conforme substitutivo apresentado pelo relator, deputado Capitão Augusto (PL-SP). Pelo texto, que altera a Lei 13.675/18, o Ministério da Justiça deverá divulgar diretrizes de prevenção e atendimento de casos de emergência psiquiátrica dos profissionais de segurança pública e defesa nacional.
Janeiro Branco
O mês de janeiro é dedicado a lembrar da importância da Saúde Mental. O movimento social, que dá nome ao Instituto, tem como propósito a construção de uma cultura da saúde mental digna às pessoas, chamando a atenção às necessidades relacionadas ao tema. A cor branca foi escolhida por, simbolicamente, representar “folhas ou telas em branco”, em que é possível projetar e escrever novas histórias.
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