Medicina do trabalho em pauta
Nova presidente da Anamt expõe os principais desafios impostos à valorização da categoria – por Débora Luz
A Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho) elegeu em maio deste ano, durante seu 16º Congresso Nacional, a nova liderança da associação, que terá mandato até 2019. A nova presidente de entidade, Márcia Bandini, tem como objetivo dar um salto ainda maior na representação dos médicos do trabalho e na luta pela saúde e segurança dos trabalhadores. Marcia é especialista em medicina do trabalho e doutora pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). É membro da ICOH (International Commission on Occupational Health) e docente da área de saúde do trabalhador do Departamento de Saúde Coletiva da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Márcia possui ainda experiência na gestão de áreas como higiene ocupacional, saúde do trabalhador, promoção da saúde, saúde ambiental, gestão de crises e a área de segurança em multinacionais no Brasil e na América Latina. Seu primeiro contato com a medicina do trabalho foi ainda durante a graduação, quando foi aluna do Prof. Oswaldo Paulino e teve contato com os casos de contaminação por benzeno em Cubatão (SP), em meados da década de 1980. “Uma experiência rica e que marcou minha vida para sempre”, contou a entrevistada. Seu interesse pela medicina do trabalho foi fruto do contato com pessoas com deficiência, vítimas de acidentes de trabalho com sequelas graves, durante o período em que trabalhou como médica perita no Departamento de Trânsito de São Paulo. Já sensibilizada pelo contato que teve na graduação, optou em estudar mais a respeito, em 1994. Desde então, se apaixonou pela medicina do trabalho e a abraçou como carreira, opção e missão de vida.
Quais as suas metas prioritárias à frente da Anamt?
Nossa diretoria se dedicou a discutir a plataforma e as prioridades desta gestão tendo como eixo central o reconhecimento e a valorização da medicina do trabalho como especialidade médica. Sem dúvida, temos o grande compromisso de manter as conquistas obtidas na gestão 2013-2016 e avançar na área técnico-científica, tendo como base as recém-publicadas diretrizes requeridas para o exercício da medicina do trabalho. Para isso, estamos investindo em 12 prioridades.
E quais seriam essas prioridades?
A primeira é a aproximação com entidades parceiras como o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira; 2) desenvolvimento de recomendações técnicas e éticas para os médicos do trabalho; 3) mapeamento de acompanhamento de projetos de lei de interesse para a área; 4) consolidação de uma comunicação integrada com diferentes partes interessadas; 5) ampliação da participação em fóruns de debates internacionais; 6) no incentivo de produção científica com a valorização da Revista Brasileira de Medicina do Trabalho; 7) um programa de educação continuada; 8) elaboração de diretrizes para cursos de especialização; 9) defesa de novas vagas de residência médica; 10) valorização do título de especialista; 11) gestão eficiente e sustentável, e 12) crescimento da representação associativa.
A senhora acredita que conseguirá enfrentar esses desafios?
Desafios fazem parte desta jornada, mas estou segura, preparada e caminho em boa companhia. Estou certa de que eu e minha diretoria saberemos navegar em águas turbulentas.
Leia a entrevista na íntegra na Revista CIPA – edição 443