Medicina do trabalho pode reduzir custos com plano de saúde

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Embora a ordem em tempos de crise seja cortar custos, não convém mexer no plano de saúde empresarial. Afinal, o convênio médico está entre os três principais desejos dos brasileiros, atrás apenas de educação e casa própria, segundo pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência a pedido do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). Mas, isso não significa que não é possível impedir a escalada das despesas com os planos de saúde do trabalhador. A boa notícia é que dá para fazer isso com ferramentas que a empresa já possui.

“Hoje toda empresa é obrigada por lei a fazer exames ocupacionais. E sua função é justamente identificar problemas de saúde para isolar suas causas ou tratá-los preventivamente”, explica o médico Paulo Zaia, diretor da AGSSO (Associação de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional), que reúne as maiores empresas do setor. “Analisar os resultados desses exames, portanto, é uma poderosa ferramenta para reduzir a sinistralidade”, completa.

A sinistralidade é uma variável-chave quando o assunto é planos de saúde empresariais. Segundo as normas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que regula planos de saúde no Brasil, empresas com 30 ou mais funcionários têm suas apólices reajustadas anualmente conforme seu índice de sinistralidade, ou seja, refletindo quanto a operadora gastou para honrar as despesas previstas no contrato. Na prática, isso significa que tratamentos em maior quantidade e custo implicarão em reajustes mais altos.

“Engana-se quem pensa que a sinistralidade é maior em atividades de risco como em mineradoras ou empresas químicas. Um supermercado, por exemplo, tem a mesma classificação de risco no Ministério do Trabalho”, alerta Januário Micelli, presidente da AGSSO. “Itens como ergonomia e stress estão hoje no topo dos motivos de afastamento do trabalho e muitas vezes implicam em doenças crônicas, de tratamento médico constante”, explica. Por isso a avaliação dos exames ocupacionais e a adoção de medidas de eliminação, isolamento ou gestão dos riscos à saúde do trabalhador são importantes para empresas de todos os segmentos e todos os portes. Campanhas de qualidade de vida, que incentivem os colaboradores a se alimentarem corretamente e praticarem esportes, têm impacto direto sobre doenças bastante comuns, como diabetes, pressão alta e obesidade. Por isso, são também recomendadas para reduzir custos com planos de saúde no médio prazo.

“Além dos gastos com planos de saúde, há as perdas representadas pelo absenteísmo que também são reduzidas quando adotamos uma atitude prevencionista”, lembra. “Para o trabalhador, essa abordagem representa um enorme ganho em termos de qualidade de vida”, finaliza.

 

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