R$ 330 milhões de investimentos em prevenção: setor da construção prioriza segurança do trabalhador

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Prevenção. Essa é a palavra entoada para evitar acidentes de trabalho na área da construção civil. E não é para menos: de acordo com a recente pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), setor de incorporação imobiliária investiu a casa de R$ 330 milhões em 2024 para garantir a integridade física de seus colaboradores, ou 12,5% a mais ante 2023, quando os investimentos foram em torno de R$ 296 milhões.

O estudo, disponível neste link, também observou redução de acidentes por trabalhador, cujos indicativos mostraram com uma incidência de 0,02% de ferimentos em alguma parte do corpo. Já a chamada Taxa de Gravidade (TG), indica quantos dias de trabalho foram perdidos por afastamento, incapacidade permanente ou morte para cada 1 milhão de horas de trabalho realizadas em função de acidentes no ambiente laboral. Os resultados foram 167,5, considerado muito bom segundo o documento.

“Vemos que, a cada ano, esses números são mais positivos, demonstrando que a aplicação desses recursos está dando resultados e o mais importante, preservando vidas. Estes números também refletem a preocupação cada vez maior das incorporadoras com o ESG (referente ao conceito Ambiental, Social e Governança) e com as suas respectivas agendas focadas na proteção dos seus colaboradores”, salienta Luiz França, presidente da ABRAINC, à EXAME.

 

Investimentos e um caminho a ser percorrido

 

Segundo outro levantamento, este da Comissão de Política de Relações Trabalhistas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CPRT/CBIC), em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Sesi) e conduzido por Gustavo Nicolai, especialista em Segurança e Saúde do Trabalho, o setor ocupa a 6ª posição no ranking de acidentes de trabalho típicos, e está na 9ª posição em relação às doenças profissionais ou do trabalho.

“Muito embora alguns indicadores tenham mostrado melhorias, a indústria da construção ainda enfrenta desafios significativos. As ações recomendadas podem contribuir para a efetiva melhoria das condições de trabalho, promovendo um ambiente mais seguro e saudável para os trabalhadores do setor”, salienta nota da CBIC.

Para tanto, a entidade se reuniu em janeiro com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília, para colocar em pauta a capacitação de mão de obra e as perspectivas para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nos próximos anos ao setor.

Isso se deve porque setor enfrenta falta de mão de obra qualificada e o aumento da idade desses trabalhadores, cuja média é de 42 anos, o que demanda uma qualificação de novos profissionais para atender à demanda crescente da construção civil; sendo uma das recomendações pela CBIC é a inserção de programas de treinamento em parceria com o Senai.

“Precisamos investir na qualificação dos trabalhadores para que a construção civil continue crescendo com qualidade e segurança. A parceria com instituições de ensino e treinamento é essencial para isso. O diálogo entre o setor produtivo, entidades governamentais e instituições de formação é crucial para garantir a geração de empregos e o fortalecimento do desenvolvimento econômico do país”, salienta o ministro da pasta, Luiz Marinho.

 

Médico do trabalho na construção civil

 

Uma figura que precisa estar presente nesse setor e a do médico do trabalho. Esse profissional, aliado aos que atuam nas obras no trabalho em SST, é pertinente para o cumprimento das Normas Regulamentadoras e na emissão de documentos importantes como o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), isso sem falar nos exames admissionais, avaliações periódicas e até no auxílio para a saúde mental dos trabalhadores, frequentemente monitorada por todos esses profissionais, o que mitigam outras doenças não visíveis, como a Síndorme de Burnout e ansiedade.

“O médico do trabalho é o pilar da saúde ocupacional, garantindo que as engrenagens das empresas funcionem de maneira eficiente e segura, sendo vital na promoção de um ambiente de trabalho saudável e produtivo”, conclui outro artigo da CBIC.

Foto: CBIC/reprodução

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