Riscos na combinação de EPIs: como a escolha inadequada pode intensificar acidentes de trabalho

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Por Priscila Akiti*

 

A utilização incorreta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em situações de risco combinado não só pode falhar em proteger, mas também agravar as lesões em casos de acidentes de trabalho. A escolha inadequada ou improvisada de EPIs é uma prática comum nas indústrias, trazendo consequências potencialmente graves para a segurança dos trabalhadores.

De maneira ampla, segundo dados do sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil registrou em 2023 um total de 499.955 acidentes de trabalho, sendo 2.888 acidentes fatais.

 

Riscos e orientações

 

Os riscos combinados, que envolvem mais de um tipo de ameaça ao trabalhador, exigem soluções de proteção específicas. No entanto, muitos profissionais da indústria ainda carecem do conhecimento necessário para identificar esses riscos, o que pode resultar no uso inadequado de EPIs. É fundamental que, em situações de risco combinado, sejam utilizados EPIs específicos para garantir a proteção adequada.

A sobreposição incorreta pode ter efeitos perigosos. Por exemplo, quando uma vestimenta de proteção química é usada sobre uma térmica, o EPI químico pode derreter e se impregnar no tecido da vestimenta térmica e o fogo não se apagar. Em outra situação, quando o EPI químico está por baixo do térmico, a transferência de calor pode derreter o EPI químico, aumentando o risco de queimaduras.

Evitar esses cenários de risco depende de uma preparação adequada dos trabalhadores e dos gestores de segurança. Compreender as nuances de cada situação é essencial para garantir a proteção adequada. Investir em conhecimento e na implementação correta de medidas de segurança é o caminho mais eficaz para proteger vidas e prevenir acidentes.

 

Manutenção preventiva

 

Um exemplo ilustrativo dos perigos associados aos riscos combinados pode ser encontrado em uma manutenção preventiva de esteiras de produção que envolve o uso de produtos como óleo e graxa. Nesses casos, o trabalhador enfrenta tanto o risco térmico, pelas faíscas do equipamento, quanto o risco químico, devido aos óleos ou graxas utilizados. Se a vestimenta de proteção térmica for usada inadequadamente sobre uma proteção química e uma faísca atingir o trabalhador, a vestimenta química pode derreter em contato com a pele, causando danos ainda mais graves.

Entre os EPIs desenvolvidos para riscos combinados, o Tychem® 2000 SFR e o ProShield® 20 SFR se destacam. Ambos recebem um tratamento antichamas que garante a segurança do usuário em situações de fogo repentino. Além da proteção contra chamas, o Tychem® 2000 SFR oferece proteção química, enquanto o ProShield® 20 SFR é eficaz na prevenção de sujidade e respingos leves.

A segurança no ambiente de trabalho exige mais do que a simples utilização de EPIs. É necessário que esses equipamentos sejam adequados e utilizados de forma correta, considerando todos os riscos envolvidos. A improvisação, nesse contexto, pode resultar em consequências sérias.

Priscila Akiti

Especialista Técnica da América Latina de Tyvek® Garments da DuPont

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