TI pode evitar prejuízo de R$ 4 bilhões em Segurança do Trabalho

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Quatro bilhões de reais. Este é o tamanho do prejuízo que acidentes e doenças ocasionados em decorrência de atividades de trabalho, ou no ambiente corporativo, poderão gerar ainda este ano a empresas e cofres públicos brasileiros.

Só para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2018, mais de R$ 1 bilhão já foram pagos em benefícios acidentários pela previdência brasileira. Os dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) revelam, ainda, que este prejuízo é consequência da falta de boas estratégias e práticas de prevenção à segurança e saúde do trabalhador nas empresas.

Os números alarmantes não são exclusividade brasileira: de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), dos cerca de 2,34 milhões de acidentes mortais de trabalho que ocorrem globalmente a cada ano, mais de 2,02 milhões são causados diretamente pelas atividades realizadas sem proteção adequada ou de forma indevida, além de doenças relacionadas às funções dos trabalhadores.

Para tanto, a tecnologia pode ser um forte aliado. É o que explica o engenheiro Rogério Balbinot, presidente da ARES, membro dos Grupos de Trabalho do eSocial (GT-Confederativo e GT-FENACON) e conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho CREA/RS, além de diretor e fundador da RSData, empresa especializada em software de gestão de SST.

Para Balbinot, a principal falha de estratégias desta área, ou mesmo de softwares direcionados a seu gerenciamento, é iniciar pela medicina. “O correto é começar pela segurança e não pela saúde. Se as questões de segurança, de prevenção e conformidade, estiverem todas cumpridas, serão minimizados os riscos à saúde, e isso criará um ciclo virtuoso para os profissionais, para a empresa e para os entes de governo envolvidos nesta gestão”, comenta.

O engenheiro explica que, até pouco tempo atrás, a área de SST da maioria das empresas era gerida com base em planilhas de Excel. Nas corporações maiores, com ambulatório, o médico praticava medicina clínica e ocupacional, tendo como base os cargos e agentes definidos nas planilhas, o suficiente apenas para compor o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).

Um quadro que começou a evoluir a partir de 2004, quando se instituiu o PPP e as companhias notaram maior necessidade de levantamento de riscos e agentes. Foi então que entraram em cena os softwares de gestão de SST, que passaram a funcionar integrados às áreas de RH, Medicina e Segurança.

“Mas RH estava ligado à medicina, primeiramente, e só depois à segurança, quando o correto seria o contrário. A história do sistema de SST começa invertida. Gerir primeiro a medicina e depois a segurança é como comprar um edifício pela beleza, mas não avaliar sua infraestrutura. Se esta for falha, tudo vai ruir cedo ou tarde”, comenta Balbinot.

O especialista destaca que, tendo a segurança em primeiro lugar, as empresas partirão da mensuração dos agentes potencialmente prejudiciais, identificação e quantificação destes, passando disto a um monitoramento de quem trabalha com tais itens. Com estas informações em mãos, o médico poderá melhor definir os exames necessários para cada profissional, bem como a periodicidade com que devem ser feitos, e a saúde das equipes estará melhor preservada.

Além disso, identificar os agentes antes de tudo permite fazer trocas inteligentes. “Se for possível, posso trocar um produto nocivo por um inerte, e desta forma não precisarei sequer acionar a medicina”, destaca o engenheiro. Outro erro comum, segundo Balbinot, é alimentar o software de SST com dados imprecisos ou equivocados. Normalmente, as medições e análises são feitas nas empresas por um profissional, conferidas e validadas por outro e inseridas no sistema por um terceiro, gerando possibilidades de erros.

“Um profissional mede, por exemplo, o nível de ruído no chão de fábrica. O engenheiro revisa o trabalho deste e passa a planilha de anotação para um terceiro, que passa para o sistema de SST sua leitura, que pode nem sempre estar correta. Confundir uma letra, um número, pode gerar inconformidades”, alerta o especialista.

Seguindo o exemplo dado pelo engenheiro, digamos que o técnico que mediu o ruído registrou 79 decibéis, marca abaixo do nível máximo permitido. Entretanto, ao digitar os dados no sistema, a pessoa encarregada leu 99. Tal medição estará acima do limite e colocará a empresa em situação de risco perante a fiscalização.

Em casos como este, o software tem de estar preparado para dar o alerta sobre o dado passível de penalização, dando às empresas a chance de conferir e, se necessário, alterar a informação, evitando complicações com os órgãos fiscalizadores.

Um processo que é vital, por exemplo, nas ações de compliance quanto ao e-Social. O sistema do governo é pautado por regras e limites, e cabe às empresas repassar informações corretas, validadas, para evitar sofrer penalizações desnecessárias.

Também é falho na questão dos sistemas de SST o atendimento às legislações. Isto porque muitos softwares aplicados a esta área não são produzidos por empresas especializadas, e sim por fornecedores de sistemas de gestão.

“A complexidade do ambiente legislativo brasileiro sobre SST exige softwares concebidos por especialistas, já que são duas legislações diferentes a cumprir”, explica Balbinot.

Ele se refere a uma legislação do Ministério do Trabalho, que tange à insalubridade e periculosidade como adicionais que as empresas são passíveis de pagar aos empregados; e outra, da Previdência (INSS), que determina um rol de agentes nocivos passíveis de caracterizar aposentadoria especial – neste caso, o pagamento das empresas é feito para o governo e se reverte em benefício de aposentadoria para o empregado no futuro.

Softwares não especializados podem incorrer em confusões no atendimento a estas legislações.”Com uma solução focada em SST, as empresas têm mais recursos para automatizar a gestão de acordo com todas as legislações vigentes, entrando em conformidade com estas e com o e-Social”, finaliza o especialista.

Fonte: Infor Channel 

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