Violência urbana afeta a saúde mental do trabalhador, diz pesquisadora
Entre 2011 e 2015, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a violência no País matou mais pessoas que a Guerra da Síria no mesmo período. Qualquer pessoa está sujeita à violência urbana, que também permeia o mundo do trabalho sob diversas formas e motivada por diferentes fatores. De acordo com a psicóloga da Fundacentro, Daniela Sanches Tavares, um exemplo é quando ocorre a privação de direitos sociais básicos do cidadão, expondo o trabalhador que presta serviços em condições precárias a agressões e conflitos.
“Essa é uma faceta da violência pouco discutida. É importante lembrar que entre o cidadão insatisfeito e o Estado existe um agente público vulnerável a uma agressão, como é caso de um pai que não consegue matricular o filho na escola ou receber atendimento médico”, explica Daniela. Ela lembra que o adoecimento não se dá apenas pela ocorrência de um evento violento, mas pelo convívio diário com situações de conflito e de risco iminente, como é o caso também do trabalhador que transporta valores.
Em entrevista ao podcast Podprevenir, a especialista chama a atenção para a deficiência no diagnóstico da causa do adoecimento nos casos de violência, bem como para o alto índice de subnotificação das ocorrências, o que dificulta a discussão de políticas públicas para prevenção e tratamento. “Muitas vezes, as organizações se voltam mais para o episódio, para o prejuízo patrimonial, identificação de culpados, negligenciando a situação do trabalhador que sofreu a agressão”, complementa a psicóloga.
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