CBIC dissemina análise sobre acidentes de trabalho na construção civil
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) disponibilizou, dia 22 de fevereiro, aos associados da entidade, o estudo “Análise de dados históricos de acidentes de trabalho na indústria da construção no Brasil”, no qual aponta que a construção civil não é a grande vilã das atividades econômicas, apesar de ter muito o que melhorar.
Apresentada aos membros da CPRT/CBIC na reunião online do dia 16/02, a pesquisa descritiva quantitativa analisou 10 anos de dados da Previdência Social (2010 a 2019) sobre acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e a sua relação com a mortalidade e letalidade desses trabalhadores. O objetivo era, com dados subsidiados pelo INSS, saber quem é o maior responsável pelas mortes.
O estudo foi desenvolvido pelo especialista Gustavo Nicolai, da Consultoria e Treinamento em Segurança e Saúde do Trabalho, e os resultados disseminados via circular enviada pela CPRT/CBIC.
Posicionamento do setor
A pesquisa parte do cruzamento de diversas informações relativas à quantidade de acidentes do trabalho, doenças do trabalho, benefícios acidentários e vínculos trabalhistas (dentre outras), permitindo interpretar e evidenciar resultados.
O estudo comparou as sessões da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da construção civil com outros nove grupos de atividades econômicas, com maior ou menor sinistralidade, para entender como o setor está posicionado.
Segundo Nicolai, a construção varia, a depender do indicador, seja o de acidentes típicos, seja o de doenças ocupacionais ou de mortalidade,
A indústria da construção está na sexta posição. “Há outras cinco seções do CNAE que estão com resultados bem piores do que o setor. Muitas vezes nós estamos com menos da metade de sinistros de acidentes do que outros setores no país”, avaliou Gustavo Nicolai.
Uma das grandes vantagens do estudo é saber onde a construção civil está situada no meio dessa cadeia de trabalho e qual o impacto dos acidentes de trabalho no setor, comparado a outros setores de negócios. “Como diria Peter Drucker, se você não mede, você não gerencia”, salienta.
Estratificar o peso das doenças e acidentes
A ideia, segundo o presidente da CPRT, Fernando Guedes Ferreira Filho, é usar os dados de acidentes mais efetivos no setor para tornar mais eficaz a atuação da indústria da construção na redução de acidentes. “O levantamento servirá para nortear as ações de prevenção de acidentes de trabalho que serão objeto de campanhas e articulações públicas e privadas a serem empreendidas”, diz.
O estudo conseguiu estratificar o peso das doenças e dos acidentes. Além de permitir a análise dos dados que possibilitam entender os dias da semana e os meses do ano que têm mais acidentes; quais as partes do corpo são mais atingidas, e qual é o tipo de acidente mais frequente. Quando é típico, qual é o acidente mais frequente e quando é de trajeto.
“O grande passo é medir onde o setor está no meio desse jogo, para que possa estabelecer ações para melhorar os resultados de acidentes nos próximos anos, bem como olhar para onde quer chegar, em quanto tempo, e planejar as estratégias, em termos de uma meta macro de grande ambiente, mas também em termos de ações pontuais dentro do trabalho”, ressalta o consultor.
Em breve a CPRT realizará mais eventos para disseminar esse conteúdo e esclarecer as dúvidas que porventura surgirem.
A iniciativa tem interface com o projeto “Acidentes de Trabalho na Indústria da Construção” da CPRT/CBIC, em correalização com o Sesi Nacional.