Uma pesquisa encomendada ao Instituto Ipsos pela Ocyan, empresa do setor de óleo e gás, traz um retrato das percepções das mulheres que trabalham embarcadas no setor de petróleo e quais os desafios para atraí-las e retê-las nesta atividade.
As 60 mulheres ouvidas apresentaram críticas sobre falta de oportunidades, machismo e a forma de abordagem dos homens nas sondas, que, em alguns casos, chega ao assédio.
A distância da família durante o período em que ficam embarcadas – já que a rotina prevê, na maioria dos casos, embarque por 14 dias e folga nos outros 14, é um problema para 40% delas, mas o machismo é o grande ponto de reclamação.
O tratamento diferenciado por serem mulheres é apontado por 38% das entrevistadas e 25% consideram o ambiente preconceituoso. Quando se trata de situações desagradáveis, 27% das profissionais ouvidas disseram ter percebido um tratamento diferenciado por conta de seu gênero, como não delegação de atividades pesadas por considerá-las incapazes de realizar a tarefa, e 23% disseram que já escutaram comentários abusivos ou machistas a bordo.
Apesar dos destaques negativos, a pesquisa também constatou que essas mulheres acreditam que a situação tem melhorado. Para 83% delas, há avanço no debate e na equidade nos últimos anos. A ação mais percebida por 72% das entrevistadas foi o aumento da contratação de mulheres pelas empresas.
Alguns problemas estruturais nas embarcações chamaram a atenção. A falta de equipamentos de proteção individual em modelos e tamanhos adequados ao corpo da mulher é um deles e foi destacado por pelo menos 73% do público feminino ouvido.