Para o pneumologista Amaury Prieto, alguns cuidados podem evitar contaminação
Durante o inverno, período mais frio e seco no Brasil, as doenças respiratórias tornam-se mais comuns e são mais preocupantes com a crise da saúde pública provocada pela Covid-19 pois nem sempre é possível as pessoas fazerem trabalho remoto, sendo forçadas a frequentar locais de maiores ricos de contaminação.
De acordo com o pneumologista Amaury Prieto, vice-presidente da Região Centro-Oeste da Associação Nacional de Medicina do trabalho – ANAMT, as baixas temperaturas e o ar seco típicos do inverno, favorecem a replicação e a permanência nos ambientes dos vírus envolvidos nas doenças respiratórias. “Se temos uma maior quantidade de vírus, sua permanência por mais tempo em suspensão no ar e, os espaços de convivência na maioria das vezes fechados, sem ventilação adequada, temos o ambiente ideal para a propagação dos vírus e para o aumento da incidência de doenças respiratórias.”
As doenças de maior incidência no inverno, segundo Prieto, são os resfriados e gripes. Mas existem outras doenças respiratórias que podem ter aumento no número e intensidade das crises nos indivíduos de maior sensibilidade às variações bruscas de temperatura, como rinite alérgica, sinusite, asma brônquica.
Para evitar, ou minimizar a incidência dessas doenças, o pneumologista afirma que dentro do possível as empresas devem manter os ambientes arejados e evitar aglomeração de pessoas. “Por exemplo, programando horários intercalados do uso de refeitórios coletivos”, explica.
Mais cuidados com a pandemia
No momento em que vivemos a pandemia do novo coronavírus, com impacto significativo nos hábitos sanitários, Prieto pede que tenhamos o bom senso de “aproveitar a parte boa” que é a valorizar o aparecimento de sintomas respiratórios como disseminadores de doenças e aceitar como benéfico o uso de máscara respiratória de forma permanente, ao menos no transporte público.
“A maioria dos sintomas das doenças respiratórias clássicas são comuns, posto que a Covid-19 também é de origem viral e com as mesmas características de transmissão, sendo”, lembra o pneumologista. “Congestão nasal, cefaleia, dor de garganta, conjuntivite associada, febre, cansaço e tosse seca são sintomas que ocorrem. Já no caso específico da Covid-19, cabe ressaltar a perda de olfato e paladar que ocorre em grande número de pessoas e de forma mais perceptível em relação às demais e, chamar a atenção para o ponto de definição da evolução, que caracteriza o quadro como leve ou de maior gravidade, que normalmente acontece em torno do oitavo dia pós-infecção”, alerta Prieto.