Empresas que investem em felicidade geram times promissores

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“Tem vez que as coisas pesam mais, do que a gente acha que pode aguentar. Nessa hora, fique firme, pois tudo isso logo vai passar”. O trecho é da canção “Felicidade”, de Marcelo Jeneci e cabe bem quando se pensa em gestão de pessoas. É sabido que ambientes estressantes geram não somente problemas de saúde em todos os atores dentro de uma corporação, mas também podem adoecer a própria rentabilidade e progresso de um negócio. Ou seja, a cultura organizacional exitosa perpassa pela felicidade.

Dia 20 de março é a data conhecida como o Dia Internacional da Felicidade, promovida desde 2012 pelas Nações Unidas e tem como foco a erradicação da pobreza e desigualdade como contribuição para o aumento da felicidade, além do tema fazer parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Aliás, esse termo é tão relevante que há uma certificação corporativa própria, o Chief Happiness Officer (CHO) e no Brasil o Instituto Feliciência e o Reconnect oferecem a consultoria em liderança positiva.

Karen Cesar, que é CHO e Fundadora da Red Bandana Branding e Design, em evento online organizado pela Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação, em outubro de 2022, falou da importância de valorizar os colaboradores em especial em tempos em que o trabalho está estendido para as casas e “é preciso levar o ESG para o DNA das empresas, com metas claras e atingíveis, recuperando-se dos momentos de resiliência, assumindo os erros, e os solucionando”, frisa.

Ou seja, pensar em felicidade não é apenas estar dentro de uma empresa feliz, mas que garanta uma segurança emocional e psicológica, além de bons relacionamentos, seja on, seja off-line. “As pessoas estão pressionadas pelo volume de trabalho, pela readaptação, pelas incertezas. Se a empresa apenas abrir espaço de conversa para que as pessoas sintam que estão apoiadas, já faz uma grande diferença”, diz Gustavo Arns, idealizador do Congresso Internacional de Felicidade e professor da pós-graduação em Psicologia Positiva da PUC-RS, em matéria para o site Forbes.

 

Motivação

 

De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), reunidos pela LCA Consultores, quase 6,8 milhões de profissionais pediram demissão em 2022. O movimento, conhecido globalmente como “greatres ignation” (ou “grande renúncia”), foi liderado por trabalhadores jovens e escolarizados. “Pessoas engajadas é ter resultado no negócio. O aumento da produtividade vem quando as pessoas estão motivadas. O ambiente de trabalho saudável favorece a motivação dos colaboradores. Cabe às organizações dar o estímulo para que o melhor de cada um se desenvolva naquele ambiente”, afirma Távira Magalhães, diretora de Recursos Humanos da Sólides, em reportagem do site Metrópoles.

E frisa que as pessoas dedicam boa parte de seus tempos para o trabalho e este é vinculado ao “sentido da vida”: “Entender que aquele trabalho traz sentido à vida dela e não é só um ganho financeiro, que ela pode ter em outras organizações, é um fator fundamental. Reconhecendo sentido no trabalho, essa pessoa vai, naturalmente, ser feliz”, diz.

 

Saúde Mental

 

Voltando aos números, uma pesquisa feita pela gerência de economia e finanças empresariais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), estima uma perda de faturamento anual de R$ 397 bilhões das empresas por causa de transtornos mentais de seus funcionários. A perda pode chegar de 800 mil empregos por ano no país, uma redução de quase R$ 165 bilhões em massa salarial, segundo o estudo.

Mas, qual seria o “segredo” para ambientes e pessoas mais felizes? “Não adianta pensar em felicidade sem pensar em relações de confiança. Quanto maior o índice de confiança, maior a longevidade e produtividade dentro das empresas. É preciso trazer as pessoas no centro. É de pessoas para pessoas”, sinaliza Karen Cesar.

E isso é também mensurado: a consultoria Robert Halffez um levantamento para entender como empresas e trabalhadores se sentem em relação ao trabalho. Divulgado pelo G1, o resultado mostrou que 89% das companhias reconhecem que bons resultados estão diretamente ligados à motivação e à felicidade dos colaboradores. Estes, 79% se sentem, de modo geral, felizes com o trabalho.  Dentre as motivações estão em gostar muito da profissão (69%); ser tratado com igualdade e respeito (58%) e sentir orgulho da organização onde atua (53%).

Na outra ponta, a desmotivação foi citada por 100% dos entrevistados, além das implicações psicológicas (87%), baixa proatividade (72%) e falta de empatia entre colegas (58%).

Valeressaltar que de nada adianta vários recursos externos dentro das empresas, se o investimento em pessoas não for levado em conta. E isso pode provocar até a saída desse funcionário insatisfeito dentro da empresa. Afinal, mais uma vez parafraseando a música de Jeneci: “Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você”.

Foto: reprodução

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