Especialista diz que é preciso criar diferenciais durante o aperfeiçoamento das habilidades para tornar o profissional mais completo
Capacitar os colaboradores vai muito além do que apenas desenvolver habilidades específicas para determinadas funções. As empresas estão cada vez mais comprometidas com o aperfeiçoamento das pessoas. De acordo com a pesquisa Global Human Capital Trends 2020 feita pela Deloitte, 73% dos participantes consideram que as organizações são as principais responsáveis pelo desenvolvimento da força de trabalho.
Ao considerar a importância da educação corporativa é preciso lembrar que a efetividade está ligada à prática contínua e o desenvolvimento de um pensamento crítico, como explica a diretora de gente e gestão do Grupo Elfa, Aline Sueth. “A empresa tem um impacto significativo na preparação das pessoas. Hoje, os treinamentos nas empresas criam um momento de reflexão, de senso crítico, em que o facilitador coloca os temas e cada um vai conseguir interpretar e absorver um pouco de cada parte apresentada. Quando falamos em educação corporativa é importante perceber que as empresas têm maior efetividade na preparação porque não mecanizam o conteúdo, mas trazem a oportunidade de aprender praticando e formam pensamento crítico”, destacou.
Um estudo feito esse ano com diretores de RH pela consultoria Korn Ferry mostrou que quase a metade (45%) acredita que a escassez e a adequação de talentos terão maior influência sobre as prioridades da área daqui para frente. A pesquisa mostra ainda que no futuro os líderes de RH terão como prioridade o aperfeiçoamento dos talentos. Para 37%, aprimorar a atual força de trabalho é uma estratégia para alcançar o sucesso.
Para Sueth, a pluralidade é um diferencial de preparação dos profissionais. “É preciso preparar as pessoas em todos os aspectos e não apenas em questões específicas. Conhecimento e experiência adquiridos ao longo da vida fazem com que o profissional seja mais completo e, para que isso aconteça, sem dúvida, é preciso ter uma rede de conhecimento ampliada. Essa adequação de talentos representa a pluralização do conhecimento daquele profissional, não adianta ser só muito bom em uma coisa, é preciso trazer pluralidade”, explicou.
Neste período de pandemia diversas necessidades que já existiam antes foram evidenciadas, como a necessidade de propor atividades que estejam alinhadas com o ambiente de negócios e não apenas com os objetivos estratégicos da empresa. Desenvolver uma rede de competências vai ajudar a abranger todos os aspectos que envolverem o aperfeiçoamento individual.
Além disso, a empresa precisa pensar na educação corporativa como forma de contribuição para uma sociedade melhor. “Nessas ações de treinamento é importante considerar que além da questão direta, que é o resultado da empresa, essas ações atuam como uma proposta de valor para o próprio colaborador. Quando falamos em ampliar a potência dos treinamentos, não estamos tratando apenas de ajudar a empresa a atingir suas metas, mas também de criar um ser humano melhor, que irá contribuir para a construção de uma sociedade melhor. Com isso, o resultado vai além da estrutura da empresa”, finalizou Aline Sueth.