Gestão eficiente da saúde e segurança do trabalho gera economia

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Dados mais recentes do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (OSST), órgão ligado ao Ministério Público do Trabalho, mostram que no ano passado voltou a crescer número de acidentes de trabalho sem óbitos notificados no município de São Paulo, ficando em 54.528. Os números indicam uma reversão da tendência de queda que vinha sendo observada desde 2009, quando foram registrados 67.481 incidentes.

Diante dos dados, especialistas do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) chamam a atenção das companhias para a importância da adoção das técnicas de prevenção em todos os estágios das obras.

O engenheiro de Segurança do Trabalho da entidade, Ricardo Marcon, comenta a lei que regulamentou as profissões de Técnico e Engenheiro de Segurança há 31 anos, com muitas conquistas a serem celebradas. “Neste período, a atuação destes especialistas foi fundamental para mitigar os acidentes, principalmente nos canteiros de obras, e ampliar os programas de promoção da segurança dos trabalhadores”, explica.

Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (Iepac), do Seconci-SP, corroboram a afirmação do engenheiro quanto à ampliação dos cuidados com a saúde dos trabalhadores construção civil. Segundo o estudo, que analisou mais de 65,3 mil consultas médicas não ocupacionais realizadas na Unidade Central do Seconci-SP, houve uma queda no número de atestados médicos de afastamento, ficando em 9,8% em 2018, contra 12,8%, do levantamento anterior.

Wahyne Rodrigues de Lima, também engenheiro de Segurança do Trabalho no Seconci-SP, ressalta que hoje os empresários e os trabalhadores estão mais conscientes quanto à importância da prevenção. “As empresas já perceberam que aplicar recursos para evitar acidentes no ambiente laboral é um investimento e não um gasto, pois o impacto financeiro resultante de um incidente é muito maior do que a quantia destinada à prevenção”, compara. “Já os funcionários entendem que as iniciativas visam exclusivamente preservar as suas vidas e evitar acidentes”.

O engenheiro Marcon complementa que, além do fator financeiro, existe ainda a questão do impacto emocional que poderá atingir os demais funcionários de uma determinada empresa em um ambiente que presencia um acidente de trabalho. Segundo o especialista, isso sem dúvida impactará na produtividade. Além disso, existe a questão social com a perda de um trabalhador em plena idade produtiva, e o impacto afetivo em seus familiares.

Gestão de riscos

Os especialistas ressaltam que para uma prevenção eficiente, principalmente na área de construção civil, é fundamental que a gestão dos riscos seja realizada desde a fase de projeto, pois assim é possível implementar sistemas eficazes que evitam o gasto com ajustes posteriores na obra, e prevenir prováveis punições dos agentes fiscalizadores.

“Nem todas as empresas conseguem dispor da equipe necessária para realizar esta prevenção e, neste ponto, o Seconci-SP também consegue apoiá-las. Isso porque a entidade possui um setor de Saúde e Segurança do Trabalho estruturado, com médicos, engenheiros e técnicos, prontos para apoiar as companhias, em todo o Estado de São Paulo, na elaboração de laudos, planos de gerenciamento de riscos, atendimentos às Normas Regulamentadoras etc.”, pontua Lima.

Já Marcon destaca a existência atualmente de 35 Normas Regulamentadoras (NRs) vigentes que definem procedimentos que devem, obrigatoriamente, ser aplicados para proteção da saúde e segurança dos profissionais. Em muitos casos, a correta verificação do cumprimento da NR exige a utilização de aparelhos específicos, que possuem valor elevado, seja para medir a emissão de ruídos ou vibrações, por exemplo.

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