Pesquisa aponta três fatores de risco para o burnout
Tempo excessivo em frente às telas, jornada de trabalho que ultrapassa 60 horas semanais e grande quantidade de reuniões são os três principais fatores de risco para o desenvolvimento do burnout, segundo levantamento com mais de oito mil profissionais brasileiros, realizado entre junho de 2020 e maio de 2022, pela startup de tecnologia Fhinck.
O aumento do tempo dedicado à atividade digital na pandemia se mostrou o fator mais prejudicial. Os dados indicam que o tempo médio de interação com dispositivos como computadores e celulares durante o expediente aumentou 27% na pandemia. Atualmente, está 21% maior do que o observado no período anterior a março de 2020.
As longas jornadas de trabalho, que chegam a ultrapassar 60 horas semanais, ficaram em segundo lugar. Comparada com 2019, a duração do expediente foi 6,7% maior durante a pandemia. Atualmente, está 3,9% maior do que a média registrada na pré-pandemia, de junho de 2019 a março de 2020.
Reuniões em excesso são o terceiro fator de risco: o aumento do volume de encontros foi de 95,5% em relação ao observado anteriormente. Em 2022, com o retorno de parte dos profissionais ao modelo presencial, a ocorrência caiu, mas continua 78,4% maior se comparada aos dados de junho de 2019 a março de 2020.
Reconhecimento da OMS
Em janeiro deste ano, a Síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como um fenômeno relacionado ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11).
Antes, a síndrome de Burnout era classificada como um problema da saúde mental. Com a CID-11, a síndrome é definida pela OMS como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”.