Mais de um ano depois do início das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, a maioria dos trabalhadores em trabalho remoto afirma que a produtividade no home office é maior do que no trabalho presencial. Há, contudo, uma sensação de esgotamento mental entre grande parte deles.
É o que mostra pesquisa da Fundação Dom Cabral e da Grant Thornton, segundo a qual mais de 58% dos respondentes afirmaram ser mais produtivos ou significativamente mais produtivos ao exercerem suas atividades de casa. Em 2020, esse índice ficou em torno de 44%. Os dados indicam, porém, que 56% deles dizem sentir-se hoje mais cansados e mais irritáveis do que no anterior.
“Depois de um ano, constatamos como a percepção sobre o aumento da produtividade no trabalho remoto mostra seu custo quando o assunto é equilíbrio e bem-estar”, diz Fabian Salum, professor da Fundação Dom Cabral.
“Os comentários dos respondentes apontam para um esgotamento mental, que envolve tanto a situação crítica própria da pandemia quanto os desafios que envolvem a atividade profissional. Por isso, não podemos nos deixar seduzir pela alta produtividade. São necessários ajustes nos três níveis: organização, equipes e indivíduos.”
Os principais obstáculos do home office apontados pelos entrevistados foram maior volume de horas trabalhadas (24%), dificuldade de relacionamento e dificuldade de comunicação (ambas com 16%). Para 14% dos respondentes, equilibrar a vida profissional e as demandas pessoais também requer esforço.
A pesquisa buscou saber ainda quais os receios dos profissionais quando se pensa na continuidade do trabalho remoto no futuro próximo. Para 20,6%, o maior deles é a perda de convívio social, seguida de uma carga maior de trabalho (15,5%) e uma possível piora de comportamento por ausência de convívio (13,5%).
Participaram do levantamento 1.075 pessoas de 23 estados brasileiros.